sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Discurso de Albert Hoffman

Aqui temos um vídeo de um discurso proferido por Albert Hoffman em 2006, cara fofinho que aparece em doces coloridos e saborosos. Ele (inventou) descobriu a função da dietilamida do ácido lisérgico -sem querer- e acabou transformando uma geração inteira de doidões.

Não é possível compreender muito bem o que Hoffman diz pois ele foi o primeiro fritão da Terra e provavelmente o único a chegar aos 100, mas vale a pena se esforçar para ouvir o bom velhinho pedalador. O vídeo é falado em alemão (acredito eu), mas possui legenda em inglês.




Albert Hoffman morreu ano passado aos 102 anos.




Links:
http://www.supertouchart.com/2008/04/30/ripdr-albert-hofmann-father-of-lsd-dies-at-age-102/
http://en.wikipedia.org/wiki/Lysergic_acid_diethylamide
http://undergrowth.org/system/files/images/hofmann_bike.jpg
Gastando com os palosos

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Pica-Pala

O desenho do Pica-Pau, assim como o do Popeye, surpreende por ter sido um dos pioneiros nas situações insanas que acontecem com seus personagens bizarros. A animação é marcada por ser politicamente incorreta.

É muito comum ver Pica-Pau correr atrás de dinheiro e não de amigos -principalmente na sua versão clássica, em que ele ainda tinha DENTES, perna listrada e um olhar realmente insano-, fazer maldade com alguns panacas só por diversão e se lenhar algumas vezes na mão daquele corvo sinistro.


Pica-Pau em sua versão mais insana.

O que me surpreendeu dessa vez foi uma pala, uma pequena pala encontrada. Na época, acredito que a censura era diferente, especialmente lá fora, o que permitiu com que esse tipo de coisa passasse sem problemas, fato que foi resolvido em posteriores versões em que as palas foram editadas, cortadas fora. Palas? Que palas?

Pica-Pau segura um papel suspeito.


A pala que me assustou e me fez postar aqui foi a do episódio "Hora do Banho" ("Bathing Buddies", na versão original), em que Pica-Pau promove algumas confusões na pensão do seu amigo (?) Leôncio, que exibe a ele uma relação com as regras da pensão.

A quarta regra é "NO OPIUM SMOKING" (literalmente, "não fumar ópio"), sendo mostrada entre regras banais e corriqueiras como "não cozinhar nos quartos". Pesquisando um pouco, encontrei inclusive relatos de um episódio mais antigo em que Pica-Pau estava em um hotel e na conta em que ele deveria pagar incluia cocaína entre seus bens consumidos. Para o bem da criançada, tal insanidade foi editada e retirada antes que pudesse passar na TV.

O trecho do episódio paloso do ópio está aí, até alguém vir reclamar dos direitos autorais (a cena dita ocorre em 2:00):





Links:
http://www.bcdb.com/cartoon/2693-Bathing_Buddies.html
Pica-Pau dando um pau no narguilê
http://pt.wikipedia.org/wiki/Woody_Woodpecker
http://www.electrictiki.com/classic%20toons/woody.htmlhttp://www.youtube.com/watch?v=njkLJ50tFRk - vídeo do corvo

Colaboração de Juninho Pietro

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

A veja, o pó e a morte (ou a morte e o pó)

A capa não foi alterada.


A Veja inventou uma lógica fantástica e colocou isso em sua capa com todo orgulho. Eu, como bom usuário de drogas, acho que tal constatação (além de outras 14 verdades) é um pouco polêmica ao colocar quem cheira cocaína como responsável direto das mortes alheias.

Pensando nisso, inventei 17 outras verdades polêmicas e sem comprovação que poderiam ser aproveitadas pela revista nas suas próximas capas:

1. Quem toma café de 50 centavos na rua mata
2. Quem toma cerveja barata mata
3. Quem come pão mata
4. Quem come buceta mata
5. Quem dá o cu mata
6. Quem lê Veja mata
7. Quem escreve em blogs mata
8. Quem não cheira mata
9. Quem dorme mata
10. Quem compra livro em sebo mata
11. Quem é gay mata
12. Quem pega ônibus mata
13. Quem dirige veículos mata
14. Quem consome produtos mata
15. Quem financia o Estado, que financia a polícia (e as milícias), mata
16. Quem compra DVD falsificado mata
17. Quem paga impostos comprando DVD original mata

Chiclete com Bagana

"Eu quero ouvir o índio, cantando
Fumando o cachimbo da paz
E a sua cabeleira, que beleza
É chique, chique, chique demais"


Música: Cabelo Raspadinho
(Interpretada por: Chiclete com Banana / Autoria: Tenison Del Rey - Edu Casanova)





Todo mundo quer ver o índio cantando e barrunfando com seu cachimbo -principalmente ele mesmo-, menos a polícia.



Bell, o melhor amigo do índio, visto aqui em sua forma original, sem bandana.






Links:
http://www.mvhp.com.br/chiclete2.htm
http://www.aratuonline.com.br/universoaxe/index.php?menu=noticia&COD_NOTICIA=416
http://ideiacheque.blogspot.com/2008/09/vulcano-bagana.html
http://caxiuna.blogspot.com/2008/05/marcha-da-maconha.html

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

MSN e Maconha




Segundo a idéia desse velho, se você fumar maconha e for gastar o restante THC existente no organismo conversando com amigos no MSN, ficará imbecil como a loira-apresentadora. Após ver esse vídeo, levantei algumas questões-xeque que com certeza não foram levadas em conta.

1. Qual o motivo da raiva que o velho tem do MSN?
2. Qual o motivo da raiva que o velho tem da fofa e inofensiva cannabis?
3. De onde ele tirou essa tabela?
4. Quem é essa loira?


O fofo e inofensivo monstro cannabis bud, tomando uma bud numa festa de amigos.


A minha indiganação é simples: porque os produtores do programa exibido não procuraram saber das fontes desse velho estúpido? Isso quer dizer que qualquer pessoa pode ser convidado e expor uma teoria maluca inexistente?

Se é assim, eu gostaria de ser convidado para expor meus gráficos que mostram que o uso de maconha durante o estudo aumentam sua capacidade de absorver os assuntos. Sem dúvidas convenceria essa loira estúpida de que minha maconheiragem acadêmica é bastante eficiente.

Como algo sem nenhuma comprovação é levantado como certeza e é exibido dentro de uma rede de televisão que possui concessão do Estado para estar no ar?







Links:
http://www.growroom.net
http://vice.typepad.com/vice_magazine/2009/01/it-happened---i.html
http://www.youtube.com/watch?v=lOaYF2mom9Q&feature=player_embedded#t=13

domingo, 20 de setembro de 2009

Histórias Imbecis do Carlos - Episódio 7 - Passeio Num Fim de Tarde

Carlos dirigia-se à casa da namorada terráquea. Caminhava pela calçada no fim de tarde; dava pra ver o horizonte laranja por trás dos prédios da Pituba e fumava. Hollybomba.

Na sua frente andavam calmamente dois policiais militares, ou seja, PM's - a sigla também pode significar Pica Mole e refere-se aos mesmos. Carlos guardava dentro de si um ódio incontrolável sobre esses seres. Algo antigo. Achava que eles mereciam uma retaliação à altura. Naquele momento lá estavam eles, de costas, distraídos, conversando sobre o tamanho dos sacos dos seus filhos.

Carlos imediatamente jogou o cigarro no chão, armou o punho e, com toda a força socou a nuca do cara da esquerda, um negão da sua altura. Ele caiu no chão na hora e, rápido como um coelho fodendo, Carlos pegou a arma do coldre e apontou para o outro polícia, um branco saruaba. O branco se cagava de medo. Levantou as mãos e Carlos disse "bora, polícia. Me passe essa arma logo antes que eu te fure todinho". O cara se embananou todo na hora de entregar a arma. Deixou a porra cair no chão, que disparou "Pou!" - cerca de três ou quatro pessoas no ponto de ônibus próximo, que assistiam àquilo como se assiste a um filme hollywoodiano, nem se assustaram com o disparo, ficaram quietinhos - e Carlos falou "você é lerdo pra caralho, hein. Junta essa porra do chão". O cara juntou e entregou nas mãos de Carlos. "Vamo praquele terreno baldio ali", disse Carlos apontando com a arma. O branco pegou o negão desacordado no colo, e - como um casal de noivos entrando no quarto pra curtir a lua de mel - entraram no terreno baldio: primeiro os dois, seguidos de perto por Carlos, que apontava-lhes a arma. Colocou os dois sentadinhos - o negão já não tava mais desacordado, mas tava bem grog - numa pilha de entulho e deu coronhadas violentas nas respectivas cabeças. Uma pra cada. Desmaiaram.

Carlos deixou-os lá e saiu andando como se tivesse acabado de tomar um sorvete. O sol se escondera por completo. As pessoas do ponto de ônibus o observavam. Ele andava com desenvoltura, altivo, com a sensação de missão cumprida. Jogou as armas no esgoto próximo.

Na casa da namorada terráquea tinha uma feijoada deliciosa que tinha sobrado do almoço. Comeu com arroz, farinha e couve.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Escorpiões


Possuidor de sangue frio, o escorpião é um aracnídeo que não gera seu próprio calor e por isso a temperatura de seu corpo é semelhante ao que está em sua proximidade. Assim, é bastante difícil vê-lo em imagens infravermelhas, principalmente se não houver nada com mais ou menos calor ao fundo.



Escorpião no infravermelho

A notícia boa para quem pretende acampar no deserto é que os escorpiões se tornam fluorescentes ou reluzentes em luz ultravioleta, então é tranquilo encontrá-los utilizando luz negra de noite. Eu não faria isso como um hobby, mas o cara do site em que achei falando sobre isso ressalta o prazer de se caçar escorpiões à noite desde que se use a roupa apropriada.



Escorpiões brilhando na luz ultravioleta


Essa onda de escorpiões me lembra Scorpion, de Mortal Kombat. Nunca entendi porque Scorpion tem esse nome se ele, além de não ser um escorpião, cospe fogo nos outros, mora no inferno e ainda por cima é uma caveira (diferente de Reptile, que era um perfeito réptil viscoso e malandro).
Agradeço a quem tiver o trabalho de pesquisar qual o caso do nome de Scorpion e colocar nos comentários.





Links:
http://coolcosmos.ipac.caltech.edu/image_galleries/ir_zoo/scorpion.html
http://phoenix.about.com/od/arizonapicturesandphotos/ig/Arizona-Bark-Scorpions/Scorpion-12.htm
http://fireflyforest.net/firefly/2006/11/13/fluorescent-scorpion-in-uv-light/
http://en.wikipedia.org/wiki/Ultraviolet
http://ag.arizona.edu/pubs/insects/az1223/

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Qual a probabilidade de você encontrar esse elegante rapaz no meio da folia do carnaval da Bahia?

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Spiders On Drugs



Video original (sem legenda):
http://www.youtube.com/watch?v=sHzdsFiBbFc



Dica de Juninho Pietro

Histórias Imbecis do Carlos - Episódio 6 - Romance na Piscina

Eram dez da manhã de sábado, fazia sol e Carlos lembrou que durante a semana havia sido convidado pelo seu colega Márcio a um churrasco na sua casa em Guarajuba. Dez reais, bebida e comida à vontade. Fumou um fino do restinho da massa que tinha sobrado da noite anterior que tava dentro de uma caixinha de pastilhas Valda, tomou um copo de leite e saiu.

Chegando lá todo mundo numa boa, sentado, comportadinho, seus colegas de sala todos lá com seus óculos escuros, assim como ele. Chegou, cumprimentou todo mundo "oi, tudo bem?", era o que falava a todos. Aperto de mão para os homens, dois beijinhos nos rostos das mulheres. O freezer tava abarrotado de cerveja, ou seja, só sairia de lá carregado. Sentou à mesa com dois caras que não conversava muito na faculdade, mas que nesse dia - como era pra ser uma confraternização - estavam confraternizando.

A mulherada começou a ficar só de bikini pra cair na piscina e começaram os comentários dos colegas da mesa:
- Porra, Carlão. Cícera tá gostosa, bicho. Olha aquilo. Ó que bucetão da porra - exclamou apontando pro pacote que formava a genitália da garota.
- Bote fé. Tô de saque nela. Mas eu queria mesmo era comer Eliane, aquela vagabunda. - Carlos observava Eliane tomando sol sentada numa cadeira, toda molhada, pele bronzeada, um bikini amarelo minúsculo puxado pra cima que dividia a bendita em dois enormes gomos de modo que não ficava tão explícito e só ele percebia.

A caceta começou a fica dura e Carlos imediatamente tirou a camisa, correu e pulou pra dentro da piscina pra se esconder, deixando seus colegas conversando sozinhos. Ficou lá um tempo de bobeira, até que Eliane caiu na piscina também.

- Vamos uma briga de galo? - ela sugeriu,
- Só se a dupla for eu e você - disse Carlos, sorrindo.
- Tudo bem, mas eu te carrego.
- Eu sou mais forte, é melhor vc ficar em cima - retrucou já pensando em apalpar as coxas dela quando ela estivesse sobre os seus ombros.
- Não. Eu só vou se ficar embaixo.
- Bom, já que vc insiste... - disse resignado.
- Vamo, Gabi! Vamo, Bento! - chamou o casalzinho da festa que estava aos abraços no canto da piscina.
- Vamo nessa. - Bento respondeu.

Carlos montou em Eliane e só de roçar seu pau ali na nuca dela foi ficando meio excitado. Como Gabi era muito fraquinha pra segurar Bento, a luta ficava sem graça, era fácil derrubá-lo. Eliane, por sua vez, incrivelmente, conseguia segurar a onda e não caía de jeito nenhum. Por conta disso, a outra dupla resolveu trocar posições. A luta ficou mais equilibrada, até porque Carlos tava se contendo pra não acabar apalpando sem querer a mulher do cara e ela chegou até a derrubá-lo uma vez. Nessa derrubada apoiou-se sobre a cabeça de Eliane, sentiu aqueles cabelos castanhos cacheados e uma saliência com uma pequena fenda havia ali. "Esquisito", pensou, mas a brincadeira continuou. Apareceu outra dupla e ficaram em três duplas lutando. Numa queda, seu dedo acabou entrando sem querer no orifício e Eliane soltou um gemido. Então, imaginando que tava doidão, algo como um flashback de ácido, sabe lá, futucou novamente o lugar só por curiosidade, só pra saber do que se tratava. Eliane não se opunha a isso e ele continuava explorando aquela caverna atrás do crânio da moça. Enquanto as outras duplas se recompunham começou colocar e tirar o dedo da nuca dela e ela falava baixinho pra que continuasse. "Não pára não, Carlão, que isso tá gostoso. Você descobriu meu segredo, meu ponto fraco", ela dizia. Nem ele próprio sabia explicar como aquela bizarrice o excitava. Chegou outra dupla pra brincadeira.

Carlos deixou de lado a masturbação na nuca pra se dedicar à luta e, assim, quando as três duplas estivessem mergulhadas ele meteria a pica ali. Eliane o segurava pelas coxas, a morena era forte, não o deixava cair de jeito nenhum. Até que enquanto duas duplas lutavam paralelamente à luta entre eles e Gabi e Bento, ele conseguiu derrubar a menina e na mesma hora escalou o pau pra fora e meteu. Quentinho, molhadinho, como uma buceta. Aquilo estava ótimo. O movimento era bem sutil pra não ser percebido. A cara que Eliane fazia, no entanto, denunciava que algo libidinoso estava acontecendo. Carlos, com a empolgação, foi perdendo o pudor e dando estocadas gradativamente menos discretas. Ele passou a nem se importar mais com quem estava ao redor e, num dado momento, já fodia violentamente a cabeça da garota. As pessoas de pronto perceberam o que estava acontecendo e alguém gritou: "Caralho! O cara tá comendo a cabeça da menina! Que merda é essa!?". "Que nojo!", disse uma outra figura. Carlos e Eliane gemiam alto, praticamente urravam no meio da piscina. A piscina era só deles naquele momento, o mundo se resumia apenas a eles dois na cabeça do pobre Carlos. Ao perceber que estava sendo observado, Carlos entrou em êxtase. A idéia de transar na frente de outras pessoas o excitou naquele momento e, num instante, gozou, arfando, gritando, exausto.

Tirou vagarosamente a rola dali de dentro, desceu dos ombros de Eliane e, envergonhado, olhou ao seu redor. Todos olhavam para os dois. Uns fazendo um sinal de desaprovação com a cabeça "tsc, tsc, tsc", outros atônitos como se aquela cena toda fosse apenas fruto da imaginação e nada daquilo tivesse acontecido. Teve gente até que vomitou na hora. Carlos queria sumir dali imediatamente. Saiu correndo, pegou a carteira com seus documentos como um raio e foi pra casa só com o calção de banho.

Em casa, ainda sem saber se o que tinha acontecido realmente aconteceu, seu telefone toca. Era Eliane.

- Alô, Carlos?
- Sim.
- Cê tá com raiva de mim?
- Não sei. Só sei que eu tô confuso agora. Que porra que você é? Você é mutante ou o que? Que porra foi essa?
- Não sou mutante, sou alienígena.
- Como é que é?!
- Isso mesmo que você ouviu. Eu não sou da Terra. Meu nome é Cicalina e fui mandada pra esse planeta pra saber se é a viável para habitação e colonização da minha raça, os Largataurus. Nós vivemos num planetinha bege chamado Largatáuria que tem prazo contado pra se decompor, por causa dos estragos que fizemos, mais ou menos como vocês, humanos, fazem agora.
- As mulheres do seu planeta têm a buceta na cabeça?
- Isso mesmo. Nosso órgão reprodutor fica na nuca e é muito semelhante a uma vagina humana.
- É, eu percebi. - soltou um sorrisinho ao dizer isso - Mas e os gomos que formavam com a divisão do bikini?
- É o meu cérebro.
- Ah...
- Bom, espero que você entenda e não fique com raiva de mim.
- Tudo bem. Na hora foi bom. Só foi um pouco estranho no começo, mas depois acostumei. A propósito, estou disposto a fazer isso mais vezes.
- Safadinho. - disse e sorriu.

Essa conversa telefônica durou ainda mais três horas ininterruptas. Hoje, Carlos e Eliane são muito bem casados, mas a incompatibilidade genética impede que eles se reproduzam. Seus colegas acostumaram-se com a relação e juraram de pés juntos nunca revelar a verdadeira identidade de Eliane - ou Cicalina.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

domingo, 30 de agosto de 2009

Me arrume um bom título

Sujeito 1 diz (11:31):
tomei uma superdosagem de café
estou superligado
Sujeito 2 diz (11:31):
ueuheuheeh
todo dia, no trabalho eu tomo 200 ml de cafe expresso
aqueles de maquina
fortão man
vc fica no speeed tb
Sujeito 3 diz (11:32):
caralho
Sujeito 1 diz (11:32):
é, dá energia na hora
café é insano pra produzir
trabalhar, escrever, ler
Sujeito 3 diz (11:32):
eu tomo só um copinho depois do almoço só pra não cair no chão de sono
Sujeito 1 diz (11:32):
acho que cocaína tem efeitos parecidos também, mas nenhum estudo fala sobre isso
Sujeito 3 diz (11:32):
mas café é bala mermo
Sujeito 3 diz (11:33):
o chá da coca que deve ser difuder
Sujeito 1 diz (11:33):
porra
dá pra fazer é?
Sujeito 3 diz (11:33):

Sujeito 1 diz (11:33):
é da folha?
Sujeito 3 diz (11:33):
a galera bebe nos andes
é tradição
Sujeito 1 diz (11:33):
ah, to ligado
é da folha mesmo
Sujeito 3 diz (11:33):
é
Sujeito 1 diz (11:33):
dizem que a onda é muito energética
você fica com pulmão pra correr 500m
Sujeito 3 diz (11:33):
aham
por isso eles aguentam viver naquela altitude
Sujeito 1 diz (11:34):
só na onda
Sujeito 1 diz (11:35):
rapaz
toda maconha que eu trato em casa
eu jogo as sementes e galhos aqui na janela
Sujeito 3 diz (11:35):
eu tbm faço isso
Sujeito 1 diz (11:35):
deixo aqui na parada da janela
toda vez que eu olho, essa parada tá cheia de galho e semente
Sujeito 3 diz (11:36):
UHAEUEAH
deixe aí
Sujeito 1 diz (11:36):
se minha mãe sacasse de maconha, eu já tinha rodado
mas se ela sacasse de maconha, fumaria comigo.
Sujeito 3 diz (11:36):
um dia vc pode tá na bruxa e fumar esses galhos
Sujeito 1 diz (11:36):
é
nunca se sabe a bruxa de amanhã
Sujeito 3 diz (11:36):
uheauHAEU
frase do dia
Sujeito 3 diz (11:37):
"Nunca se sabe a bruxa de amanhã" CHECKER, Idea. 2009.

...E a(s) Porra

É comum nós, soteropolitanos, falarmos no fim das sentenças uma expressão que é de todo prescindível. Refiro-me ao "e as porra" (ou "e a porra" na versão sem o "s"). A razão de existir é por mim desconhecida e não quero, aqui, investigar - deixo para os estudiosos, linguistas, antropólogos, quem quer que seja que se ocupe disso. Na verdade, por ter um palavrão no meio, eu vou ensinar a substituir o "e as porra" por algo - uma palavra - mais elegante que vai fazer você deixar de ser aquele maluco que só fala gíria (e alguém que tenha mais de vinte e cinco anos poderá lhe entender um pouco melhor), qual seja, o "inclusive".

Irei aos exemplos:

- Porra, o bicho pegou ontem, apanhei e as porra.

Substituindo temos:

- Porra, o bicho pegou ontem, apanhei inclusive.

O "inclusive" não precisa necessariamente ocupar na frase o mesmo lugar que o "e as porra":

- Porra, o bicho pegou ontem, inclusive apanhei.

Outro exemplo:

- Comi uma água da porra ontem, vomitei e a porra.

Substituindo temos:

- Comi uma água da porra ontem, inclusive vomitei.

Fica mais bonito, charmoso, formal e até mais compreensível. Fica menos paloso também. Mostre pros seus pais, pra sua avó e pros seus amigos, o quanto você é um cara culto que fala menos gíria e todos o acharão legal. As gatinhas vão se amarrar. Dúvidas?


Leitura recomendada: http://br.geocities.com/agatha_7031/inclusiv.html

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Ace Of Spades


"The ace of spades (also known as the spadille) is traditionally speaking the highest card in the deck of playing cards, although the actual value of the card varies from game to game. In popular myth and folklore, it is also known as the 'death card'."
http://en.wikipedia.org/wiki/Ace_of_spades

"O ás de espadas é, tradicionalmente falando, a maior carta no baralho embora seu valor real varie de jogo para jogo. No mito popular e no folclore, é conhecido também como o "cartão da morte '."






Todas as imagens foram encontradas com o uso do Google imagens.


Caras que levam a sério esse negócio de ás de espadas:
http://en.wikipedia.org/wiki/Ace_of_Spades_(album)
http://letras.terra.com.br/motorhead/27189/
http://www.youtube.com/watch?v=9e5cqe_JE0Q


Obs: Não encontrei uma tradução decente para "spadille", além de "espada" mesmo, então desisti de colocar essa informação em português. Na verdade, a palavra "spade" tanto significa "espada" quanto "pá", sendo "spadille" uma variação no diminutivo. Aparentemente consideram "spadille" somente quando se tratando de jogos de carta, o que deve facilitar a identificação desse ás no baralho. Se algum frequentador do blog souber uma tradução melhor, comente.

Obs2: A versão em português do Wikipedia não possui uma definição para o ás de espadas. Tem somente para a carta ás, e é uma definição bem chula.

Sobre a palavra "spadille":
http://dictionary.reference.com/browse/spadille
http://www.merriam-webster.com/dictionary/spadille

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Presença

Propaganda nova do Bradesco descontextualizada


Propaganda nova do Bradesco na sua idéia real




Comentário-Xeque:
Essa presença está miada. O fino gigante não vai bater onda em todos que estão nesse estádio. Só há um cara entende de presença nesse país:




Links:
http://www.miada.com/
http://www.oesquema.com.br/mauhumor/2006/09/20/all-apologies.htm
http://presa.blogger.com.br/
http://www.presa.blogger.com.br/2004_11_01_archive.html

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Tempos Melhores Virão Depois do Ano Passado em Salvador

Na época eu morava num quarto-e-sala nos Barris, sem dinheiro no bolso, sem mulher, sem porra nenhuma, apenas com um pinscher hiperativo. Eu gostava de ficar em casa fumando um e assistindo TV. Era quando eu relaxava. Eu era caixa no Banco do Brasil do Comércio de segunda a sexta. Era um saco. Sábados e domingos eram menos chatos, mas não menos . O que me alegrava mesmo era o futebol, especificamente o Esporte Clube Bahia. Só que nesse tempo o Bahia tava uma bosta, só levava porrada. Há muito o Bahia tinha deixado de ser temido pelos adversários. Tive sorte de ver o time bem. Eu tinha doze anos e tava na Fonte na final com o Inter, em oitenta e nove. Aquilo sim era futebol. Não essas bostas, cambada de perna-de-pau do caralho. Nesse ano o Bahia tava mesmo um cu. Um tempo de malditas vacas magras. Eu não aguentava mais a gozação na rua, no trabalho e todo aquele negócio. O Vitória na série A e o Bahia na B. Que bosta! E o pior era que estávamos jogando em Feira de Santana por causa do acidente na Fonte e tudo mais. Por conta disso paguei com muito esforço o pacote dos jogos na TV por assinatura. Não podia ir a Feira, mas também não podia ficar sem assistir os jogos.

Quando não tinha jogo, eu também gostava de brincar com a minha carabina. Colocava uns alvos no sofá e ia pro outro lado do apartamento atirar; também sentava no sofá e colocava os alvos em cima da televisão. Geralmente usava garrafinhas de iogurte. A parede era toda furada de balas de chumbinho.

Era sábado a tarde e eu decidi caçar lagartixas com a minha carabina antes do Bahia x Fortaleza. Ali uma subindo a parede. Tei!, passou perto. Ela saiu correndo como uma maluca e parou dois metros adiante na parede. Mirei bem na ponta da cabeça. Tei!, ela se espatifou no chão. Saí procurando outras, mas não achei. Achei uma barata. Mirei bem de pertinho e... Tei! Se fudeu. "Que horas são?", perguntei a mim mesmo. Olhei no relógio, quatro horas. Vou ver o jogo.

O Bahia começou atacando. Elias deu um passe de uns trinta metros pra Ávine, que avançou pela esquerda, mas levou uma jogada de um maluco do Fortaleza e saiu rolando pelo chão. "Falta, seu juiz filho de uma puta!" berrei alto pro prédio todo ouvir. "Ladrão! viado! sua mãe é minha!", gritei mais uma vez com vontade.

Paulo Isidoro chutou a meia altura de fora da área e gol. Fiquei pirado. Peguei a carabina e carreguei com um chumbinho mais aerodinâmico - com maior poder de perfuração -, mirei num copo de vidro e tei!, estraçalhei-o. Fui na cozinha buscar uma garrafa de 51. Enchi um copinho e virei. Enchi outro e virei. Acendi um baseado. Quando voltei, a porra da partida já tava dois a um pro Fortaleza. Malditos cearenses filhos da puta. Arremessei o copo contra a parede. O baseado me acalmou e até fez reacender um fio de esperança, não sei o porquê. Intervalo. Fui à janela com a carabina pra fumar um cigarro. Com o cigarro na boca mirava nas pessoas da rua e fingia acertá-las.

O segundo tempo foi uma merda só. Marcelo Nicácio fez de cabeça, o que me deixou puto. Dei um tiro na televisão e outro e mais outro. Já era a imagem. Tomei um porre filho da puta de cachaça e decidi descontar minha raiva em alguém. O pinscher tava andando de costas pra mim. Mirei certinho no cu dele. Tei!, na mosca. "Caim, caim, caim", ele agonizava. Fiquei assistindo sua morte durante uns trinta minutos e fui bater uma punheta. Quando voltei ele ainda tava vivo, então dei um tiro de misericórdia bem no seu olhinho.

Hoje sinto falta do meu pinscher; o Bahia dá poucos sinais de melhora, e a minha vida continua a mesma merda.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Aventuras de um Estagiário - 3

Fiquei viajando nesse negócio de ser chamado de doutor. Por que ele me chamou de doutor? Eu nunca defendi nenhuma tese - as únicas que eu defendo são em discussões em mesas de bar, nada acadêmico. Eu usava uma gravata cinza e um paletó preto. Talvez isso, por si só, faça com que eu adquira esse título. "Doutor Márcio Azevedo", estaria escrito na porta de entrada do meu escritório. Melhor: "Dr. Azevedo". O doutor abreviado e só com o sobrenome dá um ar mais maduro. Os clientes vão me procurar pensando se tratar de um advogado com cabelos brancos e vasta experiência. Vão quebrar a cara. Durante quarenta anos vão quebrar a cara até que eu tenha a aparência necessária. Uma gravata no pescoço dá status. Tive a idéia de pegar um mendigo e deixá-lo na beca e colocá-lo pra fazer uma audiência. Depois ele iria num restaurante chique, tomaria whisky, comeria lagosta e transaria com uma gostosa que nunca daria pra ele nas CNTP. Acho que todo mundo deveria poder fazer isso algum dia.

Enquanto eu tava com essa idéia na cabeça, saiu um grupo de quatro pessoas, dois homens e duas mulheres, o que interrompeu meu pensamento. Eles estavam rindo. Já estava há duas horas ali e não os tinha visto. Eram, com certeza, os funcionários que tinham terminado o culto a Satã regado a muito crack e cérebros de crianças e estavam indo pras suas casas curtir a sexta-feira na bruxa, felizes da vida. Nem olharam pra dúzia de pessoas que estava ali. Estavam distraídos. Imagine. Pessoas com seus direitos ali, nos armários: suas indenizações, o dinheiro que deveria ter recebido, a angústia sofrida, o dano moral, patrimonial, tanta coisa. Mas eles não tão nem aí. Não tão dando a mínima pra porra nenhuma. Aqueles processos são um monte de papel velho e não significam nada. Ah, sim, significam! significam trabalho. Coisa que ninguém quer. Nem eu quero. Se eu não quero, imagine os servidores. Eles querem passar a tarde batendo papo e fazendo homenagens a um deus com chifre e rabo (sim, um deus, porque pra bater testa com Deus, acho que só outro deus, senão seria uma briga desleal e não teria nenhum sentido essa coisa toda. Afinal, qual a graça de ter Deus sem ter o diabo? Um não teria razão de existir sem o outro). Eu também preferiria isso se acreditasse. Eu mesmo poderia estar na praia fumando maconha e bebendo cerveja com meus amigos, mas tava ali. Somos como Deus e o diabo. Ambos se odeiam, mas precisam um do outro. Estagiários e servidores, Deus e diabo. Quem corresponde a quem? Bem e mal. Eu quero ser do bem, mas o mal também é legal. Deus é do bem? O diabo todo mundo sabe que não é, mas Deus. Ele criou um mundo insano e colocou nele os seres mais insanos, os humanos. Os humanos gostam de brigar, se odeiam entre si, fazem bombas e se matam. "Que tédio. Quero ver um pouco de ação. Vou criar esses seres que andam em pé e comem sentados pra ver como eles se comportam. Ah, vou deixar eles pensarem, também, só pra ver no que dá. Vai ser divertido", foi o que Deus pensou ao nos criar. Conclusão: prefiro ser Deus. Então fica assim, os estagiários são como Deus e os servidores públicos estaduais como o diabo que fica atrapalhando nossos planos. Lembra também as Tartarugas Ninja e o Destruidor.

Aquela cena dos funcionários saindo do serviço me fez ir embora pro escritório. Eu me sentia o próprio Josef K.

Continua...

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Aventuras de um Estagiário - 2

No cartório fazia calor. Dois ventiladores enormes expeliam um vento quente. Eu, que já tava um pouco úmido, comecei a suar no sovaco e no peito, depois nos braços - tenho sudorese, então minhas mãos vivem suadas. Uns cinco caras apoiados no balcão e mais cerca de dez pessoas sentadas em cadeiras aparentemente confortáveis esperavam pacientemente caladas por um atendimento de viv'alma.

Do outro lado do balcão, ainda havia alguns que, um pouco impacientes, aguardavam qualquer serventuário. Encontrei meu amigo Carlos. Um cara gente boa até.

- E aí, man. Essa é a trigésima vara, né? - perguntei só pra puxar assunto com ele, um cara legal.
- Aqui mermo. Welcome to the jungle. Pegue sua senha.

Peguei o número cento e trinta e um.

- Tá em que número?
- Noventa e sete.
- Qual o seu?
- Cento e dezessete.
- Puta que pariu.

Sentei e comecei a ler um livro que tinha levado. A Arte de Escrever. Se alguns autores de direito lessem isso, se jogariam num precipício (só alguns, ou algum). Entretido com a minha leitura nem vi o tempo passar, mas percebi que ninguém tava sendo atendido. Carlos continuava ali de pé no balcão e mais pessoas chegavam. Resolvi encostar no balcão pra ver o movimento e tudo mais.


- Sabe o que precisa pra melhorar isso daqui? - perguntou Carlos.
- Trabalhar com metas de produtividade - respondi.
- Esse é o segundo passo. Primeiro tem que acabar com as prerrogativas dos juízes como, por exemplo, a vitaliciedade. Eles sabem que nunca vão ser demitidos e sabem também que vão ganhar todo mês o mesmo salário, seja trabalhando muito ou pouco.
- É verdade. Aliás, cadê os funcionários daqui?
- Não sei.

Dei uma olhada pra dentro do cartório e, de fato, não havia ninguém. Eles tinham sumido. Provavelmente estavam fazendo uma orgia satânica num quarto escuro que tinha que ser feita especificamente naquele horário e, por isso, não podiam atender ninguém. Se não for isso, só podiam estar fumando crack no banheiro. Claro. Se eu conseguisse encontrá-los e fotografar, poderia vender pra algum jornal, o que daria uma grande matéria. A manchete seria: "SERVIDORES PÚBLICOS SÃO PEGOS COMENDO CABEÇAS DE FETOS HUMANOS EM RITUAL SATÂNICO". Na matéria também teria como legenda na foto das drogas "Junto com eles foram encontradas cinquenta e sete pedras de crack".

Tive um lapso de atitude, atravessei o balcão e fui adentrando no cartório. Havia computadores ligados nas mesas. Olhei pro lado direito e vi um grupo de cinco caras de paletó e gravata com processos nas mãos discutindo algo baixinho. Continuei avançando, parei num bebedouro e bebi água. Na minha frente vi uma sala escrito "arquivo". Nela havia centenas de pastas que continham uma numeração e mais centenas de processos. "Bom, talvez aqui eu ache o que eu tô procurando", pensei. Comecei a procurar, mas no mesmo instante apareceu um funcionário.

- Doutor, o senhor não pode entrar aqui.
- Por que?
- Se o juiz te vê aqui, você nunca vai ganhar um processo com ele.
- Que piada.

Voltei pra fora do cartório, de frente ao balcão. Pelo menos havia um funcionário que não tava fazendo ritual satânico. Deve ser evangélico ou católico. Ou talvez não goste de cabeças de fetos humanos e prefira ratos. Vai ver não gosta de fumar crack com os colegas de trabalho e prefira fumar sozinho no mato. Ele estava atendendo no balcão "Número noventa e oito!", gritou. Um cara moreno foi até lá. "Acho que não vai dar tempo", pensei. Já eram cinco horas. Os cartórios fechavam às seis. Liguei pro escritório.

- Alô
- Oi.
- É Márcio. Tô avisando que talvez não dê pra ver o processo.
- Por que?
- Os funcionários sumiram.
- Tudo bem.
- Vou ficar mais meia hora aqui e depois caio fora.
- Certo.

Voltei pra trigésima vara cível.

Continua...

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Aventuras de um Estagiário - 1

Tinha aquela mulher. Uma senhora de seus quarenta anos. Mechas brancas num cabelo cacheado, com aspecto de mal-cuidado. O formato das sombrancelhas fazia com que ela parecesse estar sempre de mau-humor. Usava um par de óculos enormes de aro preto, grosso. Fumante. Sua voz era como a de uma gralha engasgada com farelos de cream cracker. Pois bem. Essa mulher odeia pessoas. Odeia sua vida. Odeia seu emprego de funcionária pública num cartório do maldito Fórum Ruy Barbosa. O que ela gosta mesmo é de dificultar a vida dos estagiários. Pobres-diabos. Nada que façam a fará feliz.

Era uma tarde de sexta-feira e eu tinha que fazer carga daquele processo. Era um cliente antigo do escritório. Tinha bastante dinheiro. Uma empresa. Um banco. Não darei mais detalhes. Só sei que eu tinha que ir lá, por as mãos naqueles autos e fotografar um parecer do Ministério Público. Era minha missão e não podia falhar.

Fui caminhando tranquilo em direção ao Elevador Lacerda. Tocava Bezerra da Silva numa loja de discos "sequestraram minha sogra, bem feito pro sequestrador / ao invés de pagar o resgate, foi ele quem me pagou...". Fiquei com essa música na cabeça cantarolando-a, enquanto me dirigia ao meu destino. Passei na banca "um retalho, por favor. Carlton. Isso. Obrigado", disse. Acendi e fiquei em pé na fila. Duas gringas atrás de mim conversavam em alguma língua. Uma das gringas era japa e a outra, uma loira do cabelo quase branco, mas da pele quase vermelha. Deduzi que falavam alemão. Ou finlandês. Decidi pelo finlandês. "Mas tem japas na Finlândia?", perguntei a mim mesmo. Mudei de idéia e fiquei no alemão. Elas falavam alemão. Certeza. Apaguei a ponta do cigarro no chão, entrei, paguei meus cinco centavos, e a fila se dividiu em duas. Uma pro lado de lá, outra pro lado de cá. As filas estavam grandes e na fila do meu lado dava pra ver umas garotas há uns dois metros de distância. Usavam farda de colégio público. Feinhas, mas uma delas se salvava. Tinha uns peitos enormes e duros, apontando pras pessoas. Olhei um pouco aquelas protuberâncias e depois desviei o olhar pro meu lado esquerdo. Tinha um cara de sandália e bermuda jeans e camiseta, ombros peludos, olhando com lascívia praquela garota - palosamente. Fingi que não vi nada. Ainda dei, discretamente, uns dois saques rápidos nos peitos dela. Eram bonitos, realmente. O cara não tava se segurando. Gozaria nas calças só de pensar em comê-la. Entrei no elevador lotado. Cerca de quinze pessoas indo pros seus destinos na cidade alta. Saí, dei um saque na Baía de Todos os Santos só pra não perder o visual, e segui rumo ao Fórum.

"Ah, o Fórum. Um lugar onde meu bom humor se sobrepõe a todas as bizarrices", pensei. Mas peraí. Eu não vou pro Fórum. Lembrei. Esqueçam a mulher do primeiro parágrafo. Ela só vai aparecer depois. Primeiro deveria ir ao shopping Baixa dos Sapateiros. Era lá que a ação corria. Lá na trigésima vara cível. Sim. Era lá que eu deveria tirar as fotos do parecer do Ministério Público.

Cheguei no shopping. Dentro desse shopping funcionam três varas cíveis: a vigésima nona; a trigésima; a trigésima primeira; a vigésima oitava. Bem, na verdade são quatro. Duas no primeiro andar, duas no térreo. A trigésima fica no primeiro andar, bem como a trigésima primeira. As outras são no térreo. Meu destino era a trigésima e lá estava ela. Na entrada, no letreiro em cima da porta, tem escrito: "2º VARA DAS RELAÇÕES DE CONSUMO". É aqui. Eu já sabia que aquela não era a segunda vara das relações de consumo, mas a trigésima. Eles fizeram assim pra enganar os desavisados: pequenos estagiários do segundo semestre que não sabem fazer uma inicial, mas sabem que onze de agosto é o dia do pendura - onde, diz a tradição, estudantes de direito dão calotes nos restaurantes da cidade. Na verdade, toda essa enganação faz parte da grande confusão que é o Judiciário baiano; um grande mosaico de um mundo fantástico e surreal no qual os processos se perdem no buraco negro dos armários dos cartórios, oficiais de justiça andam em carrões e velhas que não são comidas há trinta anos tentam se colocar numa posição de superioridade.

Entrei no cartório.

Continua...

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Piada boa


Comentários-Xeque:

1. Blasfêmia.

2. Tráfico sempre vem acompanhado de erros de português. (Apesar da maioria dos papéis endolados com maconha sejam de livros escolares -geralmente questões resolvidas de matemática ou química)

3. Todos já notaram que Uziel Bueno, antigo repórter de rua de outros programas da mesma emissora, passou a usar ombreiras e falar rouco de propósito?
Assim qualquer pessoa pode parecer um delegado revoltado que não conhece as leis, muito menos de jornalismo, mas que continua apresentando um programa na televisão.






Links:
http://uzielbueno.blogspot.com/
http://www.ggb.org.br/imagens/CARTA_ABERTA_NA_MIRA.pdf
http://www.bahiadiadia.com.br/news.php?item.91.20
http://www.portaisdamoda.com.br/noticiaInt_detalhes~id~19020~fot~6~n~sutia+com+ombreira+da+hope.htm

Bar Bagana

Clique na imagem para ampliar


Certo, a polícia estava rondando o quarteirão à procura de alguma espécie de bar fora das leis e escolhe justamente o de nome BAGANA, que, somente por acaso, possuía máquinas de caça-níqueis (ilegais). Qual a probabilidade de um bar com esse nome estar com pelo menos alguma coisa irregular? Mais paloso que isso só um bar chamado "Fritação", e olhe lá, porque pode ser simplesmente um bar que venda frituras. Que tipo de petiscos são vendidos num bar chamado BAGANA?

Ainda doidão da bagana, o dono não se abalou e comemorou a sua vitória intelectual diante dos policiais, confirmando que a idéia da passagem secreta para as máquinas era inteiramente dele. Um gênio que deverá ser lembrado por todos como um revolucionário rebelde e doidão.


Amor?

Eu acredito que não foi muito difícil para os policiais acharem essa. Era o único bar barrunfado na região e seu dono, Mr. Rastafari Roots Reggae, era o único cara com dread locks do bairro.





Links:
http://www.dicionarioinformal.com.br/buscar.php?palavra=bagana
http://www.pm.sc.gov.br/website/clipagem/clipagem.php?d=1&m=4&y=2009
http://www.stylofm.com.br/noticias-da-stylo/geladeira-era-usada-como-passagem-secreta-para-sala-de-jogos-clandestina-em-bar-de-sc
http://ideiacheque.blogspot.com/2008/09/vulcano-bagana.html

quarta-feira, 22 de julho de 2009

UNO PARA TODOS

Olá, sou novo no pedaço, nem nome eu tenho ainda(?), vou me conservando atrás de algumas interrogações enquanto não sou batizado; aproveito então para compartilhar um link digno da: IDÉIA CHEQUE DE QUARTA-FEIRA.

Histórico:
Depois que Michael Jackson morreu, uns fãs escrotinhos e tirados a bailarinos descolados criou um site, o Eternal Moonwalk , uma parada interativa onde você pod.. vejam o link. Mas essas ondas nunca vem sozinhas, e um palosinho de algum canto do mundo resolveu realmente botar para fuder nesse negócio de sacanear com essa onda de infinito, sem dancinha, sem passinho e nem gritinho de bicha. Foi ai que rolou o "Uno para Todos". Junte seus amigos e contribua.


Acenda um morrão e mostre para o mundo.

domingo, 19 de julho de 2009

SMOKE TWO JOINTS

Esse vídeo não é o clipe da música e sim uma mera edição fantástica de fãs chapados.
É recomendável estar chapado para uma melhor visualização.




The Toyes
Smoke Two Joints

I smoke two joints in the morning, I smoke two joints at night
I smoke two joints in the afternoon, it makes me feel alright
I smoke two joints in time of peace, and two in time of war
I smoke two joints before I smoke two joints, and then I smoke two more

Oh, my daddy he once told me, "Son, you be hard working man"
My mama she once told me, "Son, you do the best you can"
But then one day I met a man who came to me and said
"Hard work good and hard work fine, but first take care of head"

So now,
I smoke two joints when I get up, in the car I smoke two joints
I smoke two joints when I play video game, and at every ten thousand points
(I smoke two joints)
I smoke two joints in time of peace, and two in time of war
I smoke two joints before I smoke two joints, and then I smoke two more








Links relacionados:
http://www.themadmusicarchive.com/song_details.aspx?SongID=597
http://en.wikipedia.org/wiki/The_Toyes

sábado, 18 de julho de 2009

Fragmentos de Um Conflito Iminente no Planeta Terra

O que faz um ser humano subir uma escadaria enorme de joelhos? Ou dar metade do seu salário para um obreiro? Onde você encontra explicação para sua vida ser uma merda? Esse post dedicar-se-á a uma análise breve e direta dos métodos de algumas religiões.

Catolicismo

Comecemos pelo catolicismo. A idéia principal deles é: estamos aqui pra nos fudermos. Não garantem benefícios de ordem financeira e, caso se tenha sido agraciado com alguma benção, tem de ser grato ao santo que o ajudou - existem centenas deles e você é livre pra escolher quem quiser. Os critérios de escolha são variados. Número de milagres, especialidade (São Francisco é especialista em fazer mulheres barriadas se casarem. Qualidade? Não importa), escolhe-se até santos desconhecidos sob o argumento de que têm mais tempo livre pra atender seu pedido. Conseguiu ter seu desejo concedido pelo santo? É hora de agradecer. Um "muito obrigado" não basta. Deve-se fazer algo que interfira no corpo. Chama-se promessa. Promete-se várias coisas. Desde uma privação qualquer como nunca mais cortar os pentelhos do cu, até o sacrifício de percorrer trinta quilômetros plantando bananeira. Os critérios que farão com que o fiel escolha determinado tipo de sofrimento são muito pessoais. A dificuldade da benção é proporcional ao sacrifício. Por exemplo: se Santo Agostinho curou um devoto de um simples furúnculo no saco, uma subida de escada já tá de bom tamanho; agora se Santo Agostinho curou a aids de alguém (dizem que a fé remove montanhas, não é verdade?) a promessa deve ser algo como dar a volta ao mundo de bicicleta.

Na fé católica, como a idéia principal é a do "temos que nos fuder", a depender da posição na hierarquia da igreja, há de serem feitos três votos: pobreza, obediência e castidade. Os padres, na teoria, então devem ser pobres, submissos e abstinentes sexuais. A razão de toda essa privação é que no fim, ao morrer, o católico viverá num lugar bala, perfeito, sem preocupações de qualquer ordem durante toda a eternidade. "Ótimo. Talvez valha a pena", é o que dizem "trocarei setenta anos de merda por um infinito de lorde". Assim persiste na vida dos habitantes do planeta Terra essa instituição secular que é a Igreja Católica. Parece absurdo.

Espiritismo

O espiritismo é bem simples. As coisas se explicam por ciclos. O espírito fica num corpo hoje, amanhã, depois da morte, pode estar em outro, depois se renova em outro e por aí vai. Essa frase que todo homem diz "se eu fosse mulher, daria pra todo mundo", pode explicar a existência das piriguetes. Alguém que foi homem na vida passada e pensava assim, na vida seguinte nasceu mulher. Piriguete (nada contra, muito pelo contrário). Pois bem. O espírita não é obrigado, como o católico, a se lenhar. Pode acontecer de se lenhar, mas aí será recompensado em outra vida sendo filho de Bill Gates, por exemplo. Caso faça alguma besteira muito grande em determinada vida como sexo com crianças, também se dará mal na próxima, provavelmente sendo uma criança molestada. Nada é em vão. Isso leva à conclusão de que não devemos ter pena de crianças molestadas, pois provavelmente estarão pagando por algo que fizeram no passado ou serão recompensadas no futuro.

Uma coisa legal no espiritismo é quando o ser humano morre. Antes do espírito do morto encarnar em outro corpo, ele fica vagando por aí. Enquanto escrevo esse texto é bem capaz que tenha um espírito atrás de mim lendo o que estou escrevendo. Eles ficam de rolé pelos lugares gastando com as pessoas. Uns são bons e outros são maus. Os bons são estilo Gasparzinho. Os maus são estilo a galera que anda com Gasparzinho. Bem criativo esse Allan Kardec.

Protestantismo

A religião protestante é como um catolicismo melhorado. Eliminaram os santos e os sacrifícios. O protestante pode fazer qualquer coisa, desde que siga as regras da bíblia. É uma doutrina que valoriza muito o trabalho, pelo que foi um dos fatores para a ascenção do capitalismo. Quem falou sobre isso com muita propriedade foi Max Weber na obra "A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo". Assim, ao passo que o catolicismo quer que vivamos na miséria, os protestantes podem (e devem) aproveitar o mundo e trabalhar e consumir. Sexo? É permitido, desde que seja sempre com a mesma pessoa e vocês vivam sob regime matrimonial e em coabitação.

Os evangélicos atualmente vivem num mundo a parte. Possuem seu carnaval próprio, frequentam apenas festas promovidas por evangélicos e consomem apenas música evangélica num mercado que movimenta(va) R$ milhões chamado gospel. Enchem o saco das pessoas que não creem em Deus, querendo convencê-las de que não crer em Deus é errado, a fim de que consigam mais pessoas com dinheiro para gastar na sua fé. A religião deles é a certa. Espiritismo, candomblé, umbanda e qualquer rito que não seja o protestante é considerado demoníaco. Músicas que não falam que Deus é um cara legal são consideradas demoníacas. Tudo isso tem uma razão de ser. Eles têm que consumir os produtos da igreja. Precisam encher os cofres dos seus líderes e assim alcançar a vida eterna num paraíso insano.

Fica aqui a idéia xeque. Espero que sirva de alguma coisa.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

High happy story

Procurando loucamente por histórias loucas sobre a louca maconha na internet, acabei me batendo com algo extremamente inusitado. Em meio a uma imagem que parecia retirada de uma história infantil, encontrei uma leve palosidade e um título que me fez sentir um pouco mais cidadão não-tão-financiador do tráfico: It´s Just a Plant.

Ok, todos nós já sabemos que o que se fuma da maconha é a flor (chamada aqui na região de berlota, camarão, cabeça, etc.), enquanto as bonitinhas folhas da plantinha bonitinha só servem mesmo pra desenhar em mesas e paredes a fim de causar pânico ou simplesmente se sentir mais drogado. A questão é que esse link me fez diminuir um pouco o conceito negativo acerca da idéia de droga ilícita que nos é empurrada constantemente. Claro, it´s just a plant. Tão simples quanto "Just Do It", e na verdade, tão chamativo quanto.

Voltando ao objetivo inicial desse palapost, a figura meio palosinha (coloridinha, pra alguns) e o título bem palosão -termos infantilizados farão parte dessa aula de sarcasmo- me deixaram curioso a ponto de fuçar dentro do site e ler o que queriam dizer nele. Me deparei com uma fantástica história infantil que tratava, em suas fantásticas páginas coloridinhas (palosinhas, pra alguns), de maconha. Mas sim, é uma história infantil. Sobre maconha. Cannabis sativa, jairo, beck, black, freck, jack, spyro, byron, byro, cylo, bagana, baga, baguita, baseado, base, ben, Bonnie and Clyde, ganja, janja, manjare, joint, blunt, junt, runt, crunch, lunch, french & jew.

"Passa a bolinha pro papaipaloso"

Criada pelo artista gráfico Ricardo Cortés, o livro foi desenvolvido num safado formato de conto de ninar e é sobre uma garota que um dia, quando levantou da caminha após a horinha da princesinha dormir, se deparou com seus pais fumando um.

A partir daí a mãe explica, em meio a caminhadas de bicicleta e encontro com amigos palosos, o que é aquela plantinha cheirosinha psicoativazinha polêmica que a menina havia recentemente conhecido. Apesar de notáveis traços irônicos na história, a maconha é tratada sob uma perspectiva no mínimo incomum, que a coloca como um elemento cultural com específicas funções, e, além disso, também uma droga ilegal. Algumas loucuras, como um peixe no chão da fazenda de Bob (ver figura abaixo) ou a maluquice de ser Halloween meio que do nada, fazem parte da história e passam despercebidos por quem não procura muito.

O fazendeiro Bob não fuma, mas curte o estilo das plantas no seu longo quintal.
Por algum motivo.

É fantástico poder ver o que algo bem construído pode fazer com um conceito tão carregado na sociedade. Parece que não está se tratando da maconha que conhecemos e sim de uma outra simples planta recreativa. A maneira que o autor desse conto escolheu foi oposta à das escolas, que tratam dos assuntos sobre drogas de maneira assustadora e com intuito de afastar pelo medo em vez de procurar informar e educar. Logo, essa é uma versão diferente da idéia do consumo de maconha, levantada para explorar a cannabis e explicá-la de uma maneira mais ampla. Isso fica claro na seção about the book do site, que compara a história infantil sobre maconha com uma história infantil sobre sexo. Deve ser contado e explicado aos poucos, de forma informativa e sempre pela família, pelos pais e instrutores responsáveis. Há personagens que figuram essa função no conto, como uma médica meio palosinha e uma policial educada e compreensiva.

Ao ler a história, pode-se entender as comparações feitas com as bebidas alcoólicas e sua permissividade condicional aos adultos dotados de alguma responsabilidade. Assim, uma idéia simples pode ser levantada: não se deve colocar drogas em patamares tão diferentes por conta de levianas conceituações. It´s just a plant.

"Isso, minha filha, se chama rodar."
"Acontece sempre que você anda com uma galera palosa e faz maluquices nas ruas", diz a mãe

Além de um pouco sarcástica, a história é realmente engraçada e realmente infantil. A versão em português não é a única existente, e na verdade, a original foi feita em inglês. No fim é colocado um link para aqueles que desejam comprar o livro.

Na versão em inglês tem um pequeno texto contando que há equívoco na política que proíbe o consumo de maconha e uns gráficos que supostamente comprovam essa colocação. Não sei exatamente o motivo, mas a versão em português se encontra mais completa, com uma parte em que a policial explica como se deu a proibição, enquanto em inglês tais trechos são só citados no fim da história como parte da versão completa.




LINKS:

http://en.wikipedia.org/wiki/It%27s_Just_a_Plant - A história segundo o Wikipedia

http://www.justaplant.com/ - Site oficial
http://www.justaplant.com/portuguese/index.html - Versão da história em português

http://www.justaplant.com/store/book.html - Para comprar o livro

http://www.magicpropagandamill.com - Onde trabalha o autor

http://hightimes.com/news/ht_admin/2372 - Entrevista com Ricardo Cortés, o autor da história

Como produzir rimas

Se você gosta de escrever poesias e construir rimas, precisa conhecer alguns sites criados só com essa função. Neles, você escreve uma palavra e é feita uma busca por outras que produzam rimas.

Busca feita no Sonetos.com.br, site que além de buscar rimas,
busca também sonetos a partir dos trechos desejados.


Por exemplo, se você escreve "animal", é possível encontrar palavras comuns como "acidental" ou "ametal", e também algumas escrotas como "contrafrechal" ou "maniçobal".

2365 resultados

Para fazer esse post eu encontrei dois sites em inglês e dois em português que foram os mais fáceis de usar. Os outros que vi foram meio enganadores na busca por palavras que rimam.




Curiosidade:
maniçobal sm (maniçoba+al) Terreno onde vicejam maniçobas em abundância.
Fonte: http://www.dicionarioweb.com.br/manicobal.html

Links em inglês:
http://www.rhymeonline.co.uk/
http://www.rhymer.com/

Links em português:
http://www.sonetos.com.br/rimador.php
http://rimas.mmacedo.net/

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Histórias Imbecis do Carlos - Episódio 5 - Autoescola

Era o segundo dia na autoescola. Insuportável. Três horas e meia de aula teórica. A idéia principal de todas as ações no trânsito é a mesma: sempre seja puta. Então a professora falou:

- Eu quero que vocês me digam sobre algo bom no trânsito.
- Algo bom no trânsito? - perguntou um maluco que sentava atrás de Carlos.
- Sim. - respondeu a professora.
- Não entendi a pergunta.
- Me diga algo bom no trânsito. Só isso. Qual a dificuldade?
- Bom. O simples fato de dirigir já é algo bom no trânsito - afirmou confiante. Eu, por exemplo, quando pego o carro do meu padrasto pra dirigir, acho legal. É prazeroso. Dirigir é prazeroso.
- Você já começou errado. Não tem nem carteira e já tá dirigindo?
- Mas é só pelo condomínio, mesmo.
- Não justifica.

Carlos levantou a mão. A professora lhe deu a palavra de imediato.

- Diga, Carlos. Diga sobre algo bom no trânsito.
- Algo bom no trânsito são pessoas educadas.
- Muito bem. Perfeito. Viu?

"Moleza essa parada", pensou o jovem Carlos.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Idéia Xeque

O blog chama-se Idéia Cheque, mas isso foi um erro desproposital. Idéia cheque não é uma idéia num título de crédito. Na verdade, idéia-xeque - assim, com "X", e o hífen opcional, por enquanto - é um termo utilizado pelos soteropolitanos para designar uma idéia genial; uma idéia que resolve todos os problemas; aquilo que passou despercebido por todos, mas foi descoberto por um cara sagaz. É uma gíria. A gramática ainda não a acolheu. O "xeque", provavelmente tem origem no jogo de xadrez. Encaixa perfeitamente. Idéia xeque é aquela que te põe em xeque. Exemplos:

- Nada pra fazer hoje.
- Tá fazendo sol, podemos ir à praia.

- Minha vó me deu duzentos reais. Não sei como gastá-los.
- Investe na bolsa.

- Seria bom se existisse um lugar onde eu pudesse falar o que quisesse, sem me preocupar em me expor, nem com críticas.
- Já ouviu falar em blog?

- Não sei o que fazer com os personagens da minha história.
- Coloque-os numa partida de poker.

Por aí vai. Não use frequentemente. O uso deve ser moderado. Uma idéia-xeque acontece raramente. Deve-se aproveitá-la, colocando-a em prática. Enjoy.

sábado, 11 de julho de 2009

Beck to the Origins

Os moradores de Salvador se acostumaram a pegar ônibus e encontrar pela cidade cartazes espalhados que deixavam clara a intenção da prefeitura: trabalhar para melhorar a vida das pessoas. Ótimo, o cidadão paga os impostos e possui como retorno o trabalho dos políticos, desenvolvido para melhorar a vida dele. Durante alguns anos, o símbolo da Prefeitura de Salvador se manteve o mesmo.


Ordem de pessoas: menino negro, mulher branca, homem negro, mulher negra, homem branco e menina branca. Ou seja, 3 pessoas de cada etnia. Cada um deles fazendo a sua específica saudação nazista em homenagem à melhoria de suas próprias vidas.


Recentemente, houve a confecção de um novo símbolo que agora enfeita as obras do prefeito por toda a cidade. A primeira coisa que eu pensei quando vi foi que os bonequinhos-nazistas haviam se transformado em barras inexpressivas. A segunda coisa que pensei era que as barras verticais coloridas estariam apenas dando um leve clima de psicodelia que remontaria um pouco a palosidade dos moradores de Salvador. Pensando um pouco mais, se chega à óbvia conclusão aparente de que as barras poderiam ser consideradas como o prOgreSso. Progresso que se nota no novo tempo, então.

Cada prédio de uma cor, mostrando a diversidade do progresso soteropolitano.


Uma outra verdade, que o nosso já conhecido colaborador K trouxe à tona é ainda mais contemplativa. O novo tempo, enfatizado pelas barras psicodélicas, não só se baseia no progresso, e o progresso não só representa essas barras loucas, como também edifícios. Edifícios enormes, na seguinte ordem: pequeno e peso-médio, alto e magro, mediano gordinho, mediano gordinho 2, altinho magro e alto médio-largo. O que isso significa?

Provavelmente, alguma coisa, tendo em vista que o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) 2008 mudou a legislação do limite da altura de prédios de alguns lugares da orla soteropolitana, como também o recuo lateral para a construção de edifícios, anteriormente sendo 25 metros e agora 7,56. Polêmica por polêmica, há quem diga que a prefeitura "vendeu" a orla aos empresários, ávidos pela fantástica oportunidade financeira de investimentos para a construção de edifícios. Edifícios residenciais ou até hotéis, como o Hilton que se instalará na região chamada de Comércio após o acerto do aumento do limite da altura dos prédios em 6 metros. Antes, o limite era de 49 metros e agora é 55.


Resumo-Xeque:
As barras verticais que representam prédios cada vez mais altos substituíram os antigos bonequinhos do Terceiro Reich e são a demonstração subliminar das intenções da prefeitura.
É certo que tanto o antigo quanto o novo não passam de símbolos babacas de algo que não deveria ser marcado por simbologias para conquistar mais adeptos e sim por idéias e eficiência na sua função. Ou seja, apesar da mudança de símbolo a intenção da prefeitura continua a mesma de sempre, então não há porque se preocupar, pois tudo dará certo como tem dado até hoje.






Links:
http://www.salvador.ba.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=2414&Itemid=67
http://www.creaba.org.br/Revista/Edicao_05/gabarito_plano_diretor05.asp
http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=585821
http://www.atarde.com.br/cidades/noticia.jsf?id=818470
http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI2705302-EI6578,00.html

O álbum mais paloso de todos os tempos


O álbum mais paloso de todos os tempos


sexta-feira, 10 de julho de 2009

Papo Futebolístico

- Colé, tricolor.
- E aí.
- Cadê seu Vitorinha? Já tá sonhando com Libertadores?
- Calma. O campeonato tá longe de terminar.
- Seu time larga bem, mas quando vai chegando no final sempre cai na tabela.
- Pelo menos a gente joga a Sulamericana e vocês que vivem mudando de treinador?
- Comelli tá aí. Vai levantar o time.
- Sei. Próximo jogo vocês pegam o América né isso?
- Se for igual ao ano passado quando a gente brocou eles lá e aqui, vai ser moleza.
- O América tá benzinho até.
- Tá em sexto.
- É.
- E vocês pegam quem agora?
- Santos.
- Aqui ou lá?
- Aqui.
- Vai enfrentar o velho Mancini.
- Mancini não vai durar muito no Santos.
- Por que você acha isso?
- Só acho. A cabeça dele vai rolar daqui a pouco.
- O São Paulo que fez besteira ao demitir Muricy.
- Verdade. O cara tava lá há um tempão. Conhecia o time todo. Agora com esse técnico novo já levou pau do Coritiba. Cê sabe se o Palmeiras já fechou com ele?
- Soube que desistiram. Parece que vão continuar com o interino.
- Ele que não quis ir.
- Por que você acha isso?
- Só acho. O Palmeiras não tá com nada.
- Também acho.

Terminei o cigarro.

- Vou nessa.
- Falou.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Ônibus

Andar de ônibus. Algo tão torturante. Esperá-lo, entrar nele lotado, ficar num engarrafamento de duas horas em pé nele lotado sob o sol de meio-dia, ir de um lugar para outro por um trajeto que não é o mais rápido, ter de atravessar aquela multidão pra poder sair dele, o risco de assalto. Todas essas coisas tornam o ônibus um veículo desgastante. Como um trabalhador vai chegar feliz no trabalho se pra chegar até lá passa por todo esse sufoco? Vai desempenhar seu serviço mau-humorado, cansado, com vontade de matar alguém.

Esqueçamos agora essas circunstâncias. Afinal, não acontecem em todas as vezes. Andar de ônibus pode, também, ser um passeio agradável. O seu ônibus pode passar no ponto bem na hora em que você chega - não é tão difícil se for pesquisar os horários. A depender da hora pode estar vazio ou semi-vazio. Nessa hora você chega, cumprimenta o cobrador: "bom dia, brother.", senta, abre a janela, e sente aquele vento gostoso no rosto, observando a paisagem da cidade. O ônibus é um lugar onde você se sente parte da cidade. Melhor. É onde você sente a cidade. Experimente andar de ônibus em outra cidade. Nunca vai ser a mesma coisa. Ali você pode observar vários comportamentos, vários rostos, gente de todo tipo. Todos com a cara da cidade. Andar de ônibus em Salvador nunca vai ser a mesma coisa que andar de ônibus em São Paulo ou em Cabrobró.

Outra coisa. No ônibus, com exceção do motorista, não há preocupação com o que acontece com o trânsito. Cada um se preocupa apenas consigo próprio, com suas frustrações, alegrias, decepções, a música que toca no seu tocador de música portátil, o livro que lê, a poesia que escreve, o jogo de gameboy. Não estudou para a prova? Estuda no ônibus. Viajou na gatinha que sentou do seu lado? Queixa no ônibus e, com sorte, pega no ônibus. Tá bêbado? Volta de ônibus e, se for o caso, já vomita nele mesmo. Quando o ônibus chega na garagem, um funcionário faz a limpeza, e, assim, ao invés de jogar o lixo na rua, joga no ônibus. É ecológico. Se as pessoas deixassem o carro na garagem para andar de ônibus, o trânsito fluiria mais facilmente e se lançaria menos poluentes no ar. Ônibus é vida. Ande de ônibus.