segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

A lógica evolucionária da localização geográfica dos primos

Da mesma maneira que um menino da roça não entende como funciona o elevador do prédio em que moram os seus primos da cidade, o menino da cidade não consegue compreender a logística banal de subidas em árvores de diversas espécies e para diversos fins.

Hoje, sentado no play do prédio de um amigo (eu era o menino do Mega Drive, não das árvores; da invasão do salão de festas, não do roubo das pêras do vizinho bigodudo e conservador) recebi uma visita surpresa de um percevejo, que, fofo e gracioso, posou no meu cabelo como se caísse num colchão macio de pura alegria contagiante.

Fora da Discovery, meus reflexos de primata lançaram minha mão esquerda para retirada daquele que seria o predador desgraçado derrubando-o no chão. E eu pisaria naquele inseto maldito para estraçalhar sua pequena carapuça verde bizarra se ele fosse ao menos um pouco perigoso... Talvez...

Interrompendo meu momento filosófico, o amigo ao meu lado negou a opção da violência, alegando que o percevejo morto ia feder demais. Claro, ia mesmo. Incrível como a lógica da selva funcionou na cidade dessa vez.

No mato, o gracioso percevejo verde sobrevoa as plantas tranquilamente enquanto planeja o próximo passo de sua vida longa e proveitosa. Caso um animal um pouco maior tente comê-lo, sentirá aquele cheiro de desgraça, aquele cheiro que você não colocaria na boca nem bêbado numa aposta de bar. O animal dificilmente comeria o percevejo ou então o comeria e iria se lembrar daquele prato como o pior de sua vida, poupando todos os familiares e companheiros de vida do percevejo que serviu de bode expiatório, herói de uma causa. 

Na cidade, o humano deixou de pisar naquele percevejo predador por conta de uma mera vaidade, de uma mera falta de vontade de sentir o odor alheio, por mera frescura. Porém, em todos os outros 100 casos, os humanos mataram os percevejos impiedosamente, concordando com a lógica evolucionária da localização geográfica dos primos.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Freddie Prateado

O problema de andar 99% do seu tempo substanciado, é que às vezes a realidade parece mais doidona do que sua mais intensa lombra. 



"Eu quero muito ouvir o disco do Freddie Prateado, ouvir seus maravilhosos convidados cantarem e ainda ver as fotos da gravação!"
- Pensaria alguém ao ler o título da notícia. (cabe uma interrogação aqui)





quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Sobre o trabalho e a ressaca humana



Gosto daquela parte de A Revolução dos Bichos quando o porco ditador bandido Napoleão entra numa cachaçada com seus boys e acaba arrebentado na manhã seguinte.

A cabeça em chamas era extrema demais e o puro sabor de desgraça misturada com cerveja estragada e cigarro Rei V falsificado estavam lá, além da ressaca moral ditatorial que é naturalmente tão mais intensa que as outras e se fazia presente também. Logo os outros porcos assumiram que seu líder havia morrido. O ardor ocular ao ver luzes fortes, a barriga em dor profunda, a vontade de defecar e a moleza física deste membro renegado, além do notável desejo de não sair da cama e a falta de apetite revelam para aquele indivíduo que bebeu demais que sua vida chegara ao fim.

Imagino que o primeiro trabalhador que caiu numa ressaca cometeu o erro de pensar estar morrendo: ligou pro chefe alegando que já tinha vomitado quatro vezes aquela manhã e se cagado todo umas duas vezes, e então estava morrendo, mesmo. Xingou o chefe de "putinha" e explicou para ele que não voltaria mais ao trabalho de bandido vendido e considerou sua eterna liberdade espiritual, já que a liberdade física já havia sido tomada pelo seu labor sanguessuga e a liberdade do corpo estava toda cagada e com cheiro de morte.

Morri, chefe, morri. Minha cabeça está em chamas e meu coração não mais pertence às entranhas de sua verdade econômica. Jogue-se nas chamas do inferno e lembre-se que todos os trabalhadores que aí estiveram não continuaram por vontade de agradá-lo e sim pela necessidade de moedas para o sagrado pão diário. E destas moedas alguns retiram o elixir da vida e o bebem com tanta vontade de encontro com a verdade que a própria bebida suga sua essência e clama por um novo caminho: a inexistência.

Essas foram as primeiras frases ditas ao chefe por parte do trabalhador experiente no cumprimento de tarefas e inexperiente no alcoolismo insociável, até ele cagar mais umas duas vezes e conseguir comer o pão diário de ontem com um copo de água, lá perto das duas da tarde, o que cortaria sua ressaca e o traria de volta à empolgante chama da vida.




Links:
O cigarro REI V não possui site oficial.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Cada um com seu estilo



O verdadeiro Banco do Brasil Estilo:


1. Produtos e serviços diferenciados: 
Uma gostosa de biquini te atende enquanto uma oriental faz carinho em seu cabelo e seu petisco favorito (com direito a limão e pimenta) é oferecido. E você ainda tem o direito de recusar caso não queira o petisco.

2. Equipe de profissionais capacitados:
Além da gostosa, os outros membros da equipe são seus amigos sentados numa mesa cheia de cerveja e alegria, um peru assado na mesa e 55 pacotes de salame já abertos, além de um poster de alguma banda -à sua preferência-. Você tem o direito de rasgar o pôster e pedir para que qualquer amigo que você considere incapacitado (panaca) saia da mesa ou morrerá.

3. Máximo de conforto e sofisticação:
A agência é na praia.
Você tem a opção de mudar a agência pro clube, boteco ou praça à sua escolha.






O grande problema é aquele velho lance esperto do empreendorismo. O usuário (sim, estamos falando de outro tipo de usuário nesse post) Prêmio tem direito às regalias, objetos/situações/ambientes que o usuário Grátis não tem.

E tudo o que você precisa fazer para se tornar um usuário Prêmio é ter bastante estilo. É estilo pra se fuder. Estilo de manhã, estilo de dia, estilo de smoking na praia e charuto cubano nos bolsos do paletó, estilo nos olhos, no cabelo, carteira, ânus e dentes. Estilo ao comer putas no carrão, estilo ao bater aquele barrão no mar, estilo para dançar pelado. É estilo. Poucos tem, muitos o querem.
 
E quem não quer pode pegar a fila e fazer seus downloads com metade da velocidade. Cada um com seu estilo: ou você é prêmio ou é grátis.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Empreendedorismo aplicado aos downloads gratuitos

Se você já viu a imagem abaixo, com certeza já se sentiu o sabor da revolta virtual moderna:


Suas opções enquanto jovem downloader: ser o perdedor, adepto da conta GRÁTIS, ou ser o vencedor da super velocidade e tratamento especial Prêmio.




Quase uma propaganda de cerveja, refrigerante ou pasta de dentes (por mais surreal que pareça), eles querem que você seja descolado, vencedor, primeiro, líder, especial, bonito, interessante, intrigante, jovem e, claro, investidor. Assim como os bancos, eles querem que você seja o cliente Estilo que é atendido na sala estilosa com ar-condicionado gelado e gostosa na mesa (ou ar-condicionado gostoso e uma gelada na mesa), diferente dos não tão bem atendidos pegadores de fila da sala ao lado.

E é por isso que eu me estresso no banco ou fazendo downloads gratuitos.
Obrigado.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Sobre o consumo e todo aquele papo repetitivo (que não custa repetir) de redução de danos

Numa festa do tipo universitária eu dou umas tragadas e um maluco me pede um cigarro:

- Tem um irmão desse aí?
- Tô com conjuntivite.
- Súper justo. Acho súper justo pegar essa conjuntivite.

Realmente eu tava com conjuntivite, mas mesmo assim lhe dei o cigarro. O cara nem olhou pro meu olho. Eu podia ter uma doença pior e o cara não ia tá nem aí. Na real a galera que é muito doida compartilha baseados e substâncias com todo tipo de gente desconhecida e não liga se o outro tem aids ou não. A chapação em primeiro lugar.

É claro que ninguém vai ficar andando por aí com sua própria piteira. Imagine, toda vez que a bola chegar no sujeito, ele colocar a piteira pra fumar pra não pegar uma infecção. No caso da cafungada é diferente, é bom ter seu próprio canudo sempre.

Assim como dizem na TV pra trepar só com camisinha, deviam dizer pra se drogar com cuidado. O discurso da igreja católica é que o sexo serve exclusivamente para a reprodução sem levar em conta que não é. Assim dizem que a abstinência é o melhor meio de prevenir doenças.

O discurso na TV é o do diga não às drogas sem levar em conta que os humanos nunca vão parar de usar drogas. Por isso pregam que a abstinência é a maneira mais eficaz de prevenir doenças.

A galera precisa rever os métodos de persuasão e de prevenção.

Um cheiro.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Drogadinha Lésbica

Resolvi fazer o retrato de uma membro da tribo urbana das Drogadinhas Lésbicas - esteriótipo há algum tempo observado na pós-modernidade soteropolitana. Costuma orbitar o Rio Vermelho nos finais de semana e frequentar (os também pós-modernos) bailinhos de música indie que acontecem por aí periodicamente.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Aventuras de um Estudante Maldito - 1

Hoje eu fiz uma coisa muito feia quando fui imprimir umas paradas lá na faculdade, porque lá rola o seguinte. Cada aluno tem direito a duzentas impressões por ano, ou seja, só pode imprimir duzentas páginas. Aí eu sentei pra usar a máquina, coloquei login e senha e vi que o computador do lado já estava logado. Cliquei no "iniciar" e vi o nome do cara. Não era ninguém conhecido, um tal de Alisson. A maldade veio à minha mente levando-me ao ímpeto de consumir e me locupletar das cotas do pobre e distraído Alisson.

Havia, porém um problema. Segundo as regras da instituição, o nome de usuário é uma sequência de números e não o nome do sujeito. Eu precisaria dessa informação, porque só se ativa a impressora digitando isso na única máquina - uma espécie de computador específico para esse fim - plugada à impressora, uma Epson a laser. Fui vasculhar. Meu computador, painel de controle, não sei o que lá, propriedades, avançadas, acabou que eu descobri o número do cara e imprimi catorze páginas. Fui checar e vi que ainda lhe restavam mais noventa e tantas (eu tenho cento e vinte e uma). Ainda larguei logado pra quem também o desejasse.

Convenci-me de estar fazendo a coisa certa pensando "é bom que Alisson aprende a ficar mais ligado". Foi o meu lexotan. Conclui que foi uma boa ação e não uma filhadaputagem. Alisson (ou Ailson, pra falar a verdade não lembro muito bem), se você ler isso daqui não fique pirado.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Poesia Punk

Foi feita pensando nos militantes de alguns partidos políticos, mas a carapuça pode servir pra qualquer um.

Ideologia Babaca

Não acredito em você,
o que diz é pura merda.
Siga seu caminho escroto
e me deixe quieto.

Demonstra seguir um ideal,
uma ética falsificada.
Seu ideal eu sei qual é:
uma nota de 100 no rabo.

Vista camiseta,
cole adesivos,
sua vida é uma mentira
e você sabe disso.

Tire essa máscara,
seja verdadeiro,
e principalmente
abandone sua ideologia babaca.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

O Matinal

Alguém pode dizer que tem horários certos para fumar um beck, enquanto eu digo que existem becks certos para serem fumados em cada horário. A questão que todo maconheiro concorda é que, seja pra curar a ressaca de ontem, ou para dar um up no dia, o baseado matinal, aquele que se fuma pouco depois de acordar ou pouco antes do início de qualquer atividade produtiva, é fundamental.

"Quais as vantagens disso, mano?" - um amador diria. As vantagens eu apresento aqui neste post.



As reais vantagens de fumar um baseado matinal:

Mais alegria - a manhã é um dos momentos mais lindos do dia com seu céu azul, ruas pacíficas e brisas frescas aromatizando a cidade. Ficar de cara um momento desses seria uma negação à própria existência humana.

Mais sabor - enjôo e falta de apetite de manhã são fatores comuns na vida (de um drogado comum), fumar um beck às 6:20 pode ser crucial para aumentar o valor do alimento nem tão saboroso que você faz com sono. Para usuários hardcore professionals recomendo fumar às 4:20, como manda o regulamento.

Mais emoções fortes  - é certo que a polícia não gosta do estilo daquele fumo que você tanto fuma. Ao fumar um baseado matinal as chances de você se esbarrar com esses brothers na esquina ou matagal mais próximo são altas, logo, provocará aumento das taxas de adrenalina, garantindo pura alegria para o início do seu dia.

Mais reflexão
- refletir, desenhar, criar posts, e outras atividades criativas se tornam tarefas fáceis de executar quando você fuma aquele no beco mais próximo.

Mais diversão - de fato.

Menor estresse - trânsito matinal é um problema constante nas grandes cidades e o sofrimento só aumenta para aquele que está em pé no ônibus "como uma sardinha enlatada", como disse uma senhora no ponto uma vez.
Lombrado, as chances de você se preocupar com isso são bem menores, já que a alegria da manhã e o THC consumido dançam juntos num tango colorido.

Mais tempo para viver - a dilatação do tempo é um fato que só existe em sua cabeça, certo, mas posso garantir que após o término de sua atividade produtiva pós-beck matinal você tomará um susto ao olhar as horas. Puro prazer.

Mais saúde - essa é para os usuários que por algum motivo não podem fumar em casa. Para esses, fumar um beck requer sempre um pouco de disposição e energia, pois os picos mais próximos são também os mais estarrados e policiados. Para encontrar paz e harmonia (ambiente legalize) você precisa se exercitar e andar um pouco, talvez até subir um matinho malandro ou mesmo fugir dos tais tiras, isso tudo cedo da manhã. Mais saúde que isso só num comercial.



Com o matinal, a vida começa melhor.



Links
http://en.wikipedia.org/wiki/420_%28cannabis_culture%29 
http://www.squidoo.com/voc-maconheiro- - Destaque

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Brasileiros, vira-latas e a Prece ao Ómar

- Bicho, tem brasileiro em todo lugar se você for olhar bem. Aonde você vai tem brasileiro. Brasileiro é como o cão vira-lata. Não tem raça definida, sobrevive com qualquer comida que der, adoece pouco e ainda se reproduz com facilidade.

O jovem Cauã proferiu essas palavras e todos, sorrindo, concordaram. Não foi um comentário depreciativo pra mim, até porque sempre considerei o vira-lata como um tipo privilegiado de cão. É um cachorro bastante inteligente, autônomo, bolo doido.

Enfim, fodam-se os vira-latas e sua versão humana, os brasileiros. Com essas reflexões não se chega a lugar nenhum. Segue abaixo lindo poema - que, musicado, daria uma bela canção - do jovem e produtivo Mahalo Baptista:

Prece ao Ómar.

Pode fazer você andar
Pode fazer você comer
Pode fazer você pensar
Pode fazer você correr
Pode fazer você chorar
Pode você se entreter
Pode fazer você cantar
Pode fazer vc querer
Pode se desconcentrar
ou então encandecer
E já dizia o sábio Ómar
Apertou , têm que acender.

(Mahalo Baptista)

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Questões rápidas sobre a prova e o flagra


1. O que a estudante fumava que causou tanto rebuliço?


a) um puro Derby brasileiro
b) calma amigo, isso é só pacaia
c) cannabis sativa
d) fumo de corda num cachimbo de ouro
e) fumo de pedra num cachimbo de lata



E os comentários dos visitadores do portal Terra:
  


Os comentários acima foram colocados por 3 esteriótipos conhecidos mundialmente. 

O primeiro, revoltado virtual, (identificado aqui apenas pelo codinome de "Pobre fiscal") acredita que seus comentários num site de notícias são realmente revolucionários e possuem um alcance no mínimo bacana nesta rede virtual. 

Em seguida, vemos um companheiro maconheiro virtual com bastante sativoria explicitando todo o problema em questão, trazendo à tona algo que nenhum visitante do Terra havia pensado anteriormente. Agora, todos sabem o que ele percebeu primeiro.

O terceiro, educador virtual nato, compreende a falta de limites da garota como marco inicial do problema e a vê como um pequeno ramo desta árvore enraizada que é a quebra da moral e dos costumes brasileiros.






E o link de merda: 

Respondendo capas de revista


Rapaz, pior que eu não sei... Ela tem uns 4 anos de mandato e ainda nem é presidente mesmo, então... Então não dá pra saber, né? Valeu!


Uma alusão à veja, o pó e a morte

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

O maior nome de arquivo suspeito já criado

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domingo, 7 de novembro de 2010

Da previsão virtual

Vai chegar o tempo em que sites de download como rapidshare e megaupload vão exigir que o usuário do serviço gratuito tome eletrochoque para baixar seus arquivos.

Essa é a ideia do dia.

sábado, 6 de novembro de 2010

(Ás, As, ou Às) Pressas de Uma Correria

amigo do coração
me dá um baseadão

hoje subi o Péla Porco
quase morri de desgosto

ó boca, boca aflita
tua erva é esquisita
ah, que ninguém me assista
dar uma de artista



Gil Baiano, em vida.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Periculês (1) - Dicionário de Periculês

Manual Prático do Periculês (Para Brasileiros)


Para você que precisa se deparar com periculosidades diárias é imprescindível possuir conhecimento avançado das linguísticas periculosas. Boa parte da população nacional acredita que o periculês é uma língua fácil por possuir fluência semelhante ao português, fator que intensifica a má utilização -utilização inadequada- da linguagem e gramática periculosa.

Deve-se postular que o periculês bem falado, com poucos resquícios do sotaque português brasileiro, é uma raridade nos dias de hoje, sendo visto com frequência somente nas mais altas quebradas (termo periculês aqui utilizado livremente pelo autor) da cidade.

Este manual pode ser utilizado como livro de bolso para permitir o acesso a uma das culturas nativas mais estruturadas e antigas da história de Salvador. Inicia-se com um dicionário de palavras que permite a identificação dos termos em sentenças ou mesmo em frases soltas e, inclusive, de apropriações neológicas mais complexas. Em seguida, o guia prático de frases prontas introduzirá a noção de construção frasal no periculês culto/formal de rua e algumas outras frases em puro periculês serão analisadas em seu contexto.

Assim, você poderá utilizar seu guia de bolso em situações já previstas, inevitáveis, como as rodas de maconheiros em shows de reggae aleatórios, assaltos (pesquisas comprovam que a melhor maneira de evitar um assalto é se tornar cúmplice), compra de drogas em bocas desconhecidas, turismos em sua própria cidade, ou até mesmo em situações banais como a mera compra de verduras no horti-fruti do Seu Nilto aí no seu bairro.

Sem muitas nuances ("ondas", como no bom periculês), o manual se faz útil pra quem necessita de praticidade na interação com a cultura periculosa e será aqui expandido para exploração funcional apenas.



- Dicionário de termos em periculês:


A
aba reta - boné com aba em conformação retilínea, configurando um ângulo de 180º.
adianto - processo de comércio que pode envolver produtos ilícitos.
amarrado - ato ofensivo, de um indivíduo que age de maneira agressiva, como se estivesse acima dos demais ao seu redor. (como em "cê tá amarrado hein piva?", que em português seria "você está boçal e autoritário, não é, amigo?")
amizade - essência da vida.
antiga, das - algo que possui alto valor atestado pelo tempo de sua existência/relação. 
área, as (azárea) - região ou bairro em que vive um indivíduo ou grupo.
aquilo tudo - 1. confirmação ou afirmação 2. algo que abrange muitas expectativas.

B
baculejo - procedimento policial de procura por substâncias ilícitas.
bad trip - situação de incômodo ou agonia geralmente associada ao uso de substâncias ilícitas.
baratino - ideia dita inconsistente ou incerta, utilizada geralmente para persuadir alguém.
barril - situação de alta tensão e grande dificuldade de sair ou evitar.
barrote - situação de tensão em que há alguma possibilidade de sair.
barro - maconha.
barroso - maconha de boa qualidade.
barrunfo - 1. cheiro de maconha recentemente fumada 2. substâncias estranhas, geralmente mel, conhaque ou açúcar, despejadas sobre a maconha comprada numa boca.
baseado - 1. razão de viver 2. cigarro de maconha enrolado.
berlota - grande galho da maconha contendo uma excessiva quantidade de fumo.
berro - arma de fogo.
bicha, a - cocaína.
boca - região propícia para se comprar substâncias ilícitas.
braba - ato ofensivo, de um indivíduo que age de maneira agressiva, como se estivesse acima dos demais ao seu redor.  
brasa - 1. coloração avermelhada dos olhos ao se fazer uso de substâncias psicoativas 2. carvão incandescente com altas probabilidades de furar sua bermuda 
bright - cocaína. 
brisa - sensação semelhante à lombra, porém de menor intensidade, recorrente em situações que se tem pouco fumo ou se tem muita gente para fumar.
brother - companheiro
bruxa - 1. situação ou sensação extrema em que o indivíduo age compulsivamente a fim de algum objetivo específico ou não (diz-se estar "na bruxa") 2. vontade ou desejo incontrolável.
bruxoso - indivíduo que representa a bruxa


C
cabeção - aquele que utiliza de substâncias ilícitas até quando ninguém mais o faz.
cabreirar - temer.
cabreiro - aquele que teme.
cabuloso - sujeito mais que destemido, a quem se deve temer.
camarado - amigo, colega, conhecido (o gênero masculino indica somente a repulsa a uma atitude homossexual).
camarão - pequeno galho de maconha que contém o fumo sagrado.
canudo - acessório utilizado para se cheirar cocaína, permitindo que o pó alcance as vias nasais do usuário.
carro feio - veículo da polícia ou semelhante.
colar - ir para determinado lugar ou festa, geralmente encontrar uma ou mais pessoas
corre - 1. trabalho ou função que demanda esforço e intenta uma possível boa recompensa no futuro 2. processo de compra ou venda de drogas/produtos ilícitos
correria - trabalho ou função que demanda esforço no contexto diário do indivíduo e visa uma vida próspera e sossegada.
chinfra - ato ofensivo, de um indivíduo que age de maneira agressiva, como se estivesse acima dos demais ao seu redor.  
crack - 1. problema 2. substância comumente fumada pelo sacizeiro

D
dar na lata - fumar crack na lata.
dar um raio - cheirar uma carreira de cocaína.
dar um tiro - cheirar uma carreira de cocaína.
djindja - cocaína.
de boa - estar ou se sentir um ser humano completo
de quebrada - estar ou se sentir completo apesar das limitadas condições financeiras
de cara - estar ou se sentir incompleto por não ter feito uso de substâncias
de barão - estar rico
de patrão - estar rico e boçal.
de gueri - estar atrás ou à espera de algum tipo de elemento motivador no ambiente, geralmente pessoas do sexo oposto.
de onda - estar afim de procurar confusão.
de patcha - 1. variação de patcharosa 2. estar, se sentir tranquilo ou agir como se estivesse correto em suas ações.
derreter - trocar mercadoria por algum valor para comprar crack.
dóla - um pacote com alguma quantidade específica (geralmente uma 50) de maconha.
dispensar - jogar fora, tornar fora de vista.
dropar - ir para determinado lugar.

E
êa - saudação universal.

F
ferro - arma de fogo.
filé - 1. algo bom 2. pessoa do sexo oposto com atributos físicos exacerbados.
fino - cigarro de maconha de pequena expessura.
finote - variação de fino.
fino de cadeia - cigarro de maconha de pequeníssima expessura.
fiu - variação de pivete.
flecha - 1. baseado grande 2. berlota
função - trabalho ou tarefa

G
gastar - 1. agir com alegria contagiante 2. utilizar alguém como alvo de piadas visando ou não a diversão de um grupo ou indivíduo.
gastação - o ato de gastar.
guia - variação de "adianto".

H
home, os - homens da lei, polícia.

I
imprensada - maconha que sofre por processos de imprensagem e por processos químicos para diminuir seu tamanho e reduzir seu cheiro característico, afim de evitar problemas com os membros da força policial.  
intoca - esconderijo para flagrantes.
intocar - guardar bem escondido.

J
jogo - processo de troca de produtos ou favores

L
lata - recipiente alternativo utilizado para se fumar crack
laranja - indivíduo que está se expondo a riscos
laranjada - situação em que o indivíduo se expõe a riscos, sabendo ou não
largar o doce - tomar alguma atitude extrema e imediata.
lombra - sensação de alteração do estado de caretice constante.
lombrado - indivíduo sob efeito de substância que gerou alteração de seu estado.

M
marica - acessório para se fumar maconha sem queimar as pontas dos dedos.
mão - pessoa que está próxima.
meter o louco - intimidar, assustar (como em "meter o louco numa mulher")
meter mão - 1. pegar com a mão 2. agir de maneira agressiva e iminente contra algo ou alguém.
mil grau - algo em perfeito ou quase perfeito estado.
miserávi - sujeito corajoso ou companheiro.
maldar - 1. observar com algum grau de maldade 2. o planejamento de algo geralmente com caráter negativo.
maluco - sujeito qualquer.
marra - ato ofensivo, de um indivíduo que age de maneira agressiva, como se estivesse acima dos demais ao seu redor.
marrento - indivíduo de costuma agir com bastante marra.
meteoro - carvão incandescente proviniente de um bom haxixe com altas probabilidades de furar sua bermuda

N
na um - prática que exige que o cigarro de maconha seja tragado somente uma vez antes de ser passado. 
naine-naine (do inglês, ninety-nine) - 1. cocaína de boa qualidade encontrada raramente pelas redondezas,  possuindo supostamente 99% de pureza 2. mito urbano.
niuma - confirmação de algo por parte da outra pessoa, geralmente intermediado por diálogo.
nizuma - variação de niuma.

O
ô - 1. resposta afirmativa a uma pergunta óbvia 2. confirmação.
onda - nuance, alteração
onda errada - alteração de caráter negativo

P
- 1. palavra de funcionamento semelhante à vírgula 2. variação de porra. 
pala - situação constrangedora, geralmente associada ao uso de drogas
palosidade - estar ou fazer parte de uma situação constragedora 
paloso - indivíduo constrangedor, geralmente associado ao uso de drogas
pacoteira - recipiente contendo considerável quantidade de alguma substância ilícita.
pacote - 1. vagina, órgão copulador feminino 2. variação de pacoteira.
parceria - essência da vida, em uma instância momentânea.
parmalat - jovem branco de classe média.
parma  - variação de parmalat.
passar o pano - manter-se atento, vigiar algo.
passar o último olho - instrução de comando indicando que o último indivíduo a sair ou entrar em determinado lugar deve se manter atento, vigiar apuradamente.
patcharosa - sensação de tranquilidade demonstrada a partir de atitudes insuspeitas
pedra - crack.
periculoso - aquele que constantemente se envolve em situações de risco.
perna de grilo - cigarro de maconha de pequeníssima expessura.
peteca - saco com 1 grama de cocaína.
pico - lugar.
pipoco - 1. tiro 2. explosão 3. furo 4. soco bem aplicado. 
piva - variação de pivete.
pivete - rapaz.
pitilho - crack e maconha misturados num só sabor.
piti - variação de pitilho. 
porra - palavra de funcionamento semelhante à vírgula.
potoca - recipiente que contém grande quantidade de drogas.
prensada - variação mais comum de imprensada.
psico - destemido ou maluco. 

Q
quebrada - conjunto de moradias construídas ilegalmente numa região de população com limitadas condições financeiras
queijo - crack.
quêxão - indivíduo extremo, ousado, geralmente mal visto pelos outros.
quêxo - atitude extrema, de ousadia, geralmente mal vista pelo outro.

R
rodado - indivíduo que costuma rodar com frequencia.
rodar - passar por situação de grande constrangimento social ou jurídico por conta de comportamentos ilícitos ou inadequados, geralmente associados ao uso de substâncias.
rolo - variação de jogo.
 
S
saci - 1. variação de sacizeiro 2. sensação de aproximação de algum perigo que pode ou não estar associada ao uso de crack.
sacizar - observar ou agir em favor de algo com desejo ou intenção de causar algum mal
sacizeiro - 1. maconheiro com alto grau de intensidade 2. indivíduo que faz uso de crack - droga mais viciante das redondezas 3. aquele que dá origem ao saci
salva - um baseado fornecido gratuitamente para o companheiro.
solta - maconha comum, não prensada.
sonho de valsa - recipiente contendo 50 gramas de cocaína.
sinistro - algo de grande intensidade, podendo ser caracterizado negativamente ou positivamente.

X
xeque - algo intenso, de que se tem alto grau de certeza.

0-9
50 - um pacote com 50 gramas de maconha ou cocaína.
20 - um pacote com 20 gramas de cocaína.





Última atualização quinta-feira, 4 de novembro de 2010

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Uma propaganda xeque

Depois de algum tempo de publicidade invisível na cidade fantasma, os donos do blog se reuniram em sessão -a reunião das maiores cabeças vivas- para criar iniciativas de marketing e fazer o dinheiro aparecer no bolso dos orgulhosos membros da instituição. 

Como em todos os blogs de viadinho, puta e otário espalhados por aí, o ideal seria criar alguma frase pra enfeitar o título do Ideia Cheque, logo abaixo do mesmo, fazendo com que o sábio e experiente público retorne sempre para mais risadinhas maliciosas. 

Como numa prefeitura de participação popular, a decisão do melhor subtítulo ficará na mão dos clientes/escravos que podem comentar e dar sua opinião. Então, escolham e comentem qual a melhor frase  das 10 que deve enfeitar o blog a partir de agora.



1. Ideia cheque - onde a moral vira bosta

2. Ideia cheque - o blog mais animado do país

3. Ideia cheque - o blog sem leis

4. Ideia cheque - foda-se

5. Ideia cheque - o blog sem layout

6. Ideia cheque - um blog para jovens descolados

7. Ideia cheque - há dois anos blogando com amor

8. Ideia cheque - Ideia cheque

9. Ideia cheque - um lugar pra se esquecer

10. Ideia cheque - me processe se for capaz


Ok, boa sorte na escolha, rapazes.

domingo, 31 de outubro de 2010

Serrando um beck

É comum ocorrer da pessoa estar numa festa, doida pra tirar a cara e não tem nada. Serrar é uma opção.

Se a pessoa que você quer serrar for sua amiga, ela irá te convidar. Mas para serrar o beck de alguém mais distante, essa pessoa salvadora tem que ser, no mínimo, uma conhecida sua. Preferível que seja alguém que você próprio já tenha salvado outrora.

O approach: se você já for íntimo, já pode perguntar de primeira "e aí, tá salvando?". Caso contrário puxe um papo sobre a faculdade, sobre o que a pessoa anda fazendo por aí, enfim sobre qualquer merda, até chegar no ponto: "né por nada não, mas... tem um beck aí?". Resposta positiva igual a "tô barão, é só chegar." Resposta negativa igual a enrustimento ou o cara tá zerado mesmo.

Caso você, serrão, esteja acompanhado por no máximo UMA pessoa que também esteja de cara, é bom perguntar pro Capitão Presença do momento se essa pessoa extra também pode compartilhar da mesma fumaça, por uma questão de educação e logística. Educação porque é mais uma boca nojenta molhada de saliva e bactérias que vai encostar no baseado (principalmente se for de homem; se for mulher não tem tanto problema, e se for mulher gostosa não tem problema nenhum); logística porque pode ter muita gente pra colar no beck e acabar ninguém fazendo a cabeça.

Ao final, faz parte da boa conduta agradecer - "Fulano, valeu pela presença! Você é brother." - e dar uma gastada com o pessoal que fumou junto pra não ficar parecendo que só queria fumar e cair fora. Tudo isso é uma questão de etiqueta. Na verdade isso nem deveria ser falado aqui, educação vem de casa.

Acredito que compartilhar um baseado na roda envolve amizade e respeito.

sábado, 30 de outubro de 2010

Coffin Joe




Inspirado nas antigas inscrições do parceiro de guerra Cannabismoker.

Cegueira Espiritual

- Pois é, e ela é tão abençoada que fala até em línguas.
- Línguas?
- A língua dos anjos.
- Eu também falo em línguas, falo português, espanhol, inglês.
- É diferente - disse num tom bem humorado.
- Como traduz isso? Quem diz que "tchabalalalala" significa "porta"?
- O espírito santo.
- Massa, quero ver se o espírito santo faz meu tcc. Eu sou chato pra caralho, né? - Luis disse depois de um tempo.
- Não, você tem cegueira espiritual.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Sua mãe e as drogas

Coisas (sobre drogas) que você não deve falar com sua mãe:


1. Aquele cachimbo que você achou era meu mesmo.

2. Certo, 180 reais, foi o que já gastei com drogas esse mês.

3. Se eu tô de cara, mãe?! Você não me vê de cara há meses!

4.
Desde quando seu cabelo é roxo e esverdeado?

5.
De cara?!?!

6. Fui eu que botei o primeiro beck que Julinho fumou!

7. LSD? Há! Já tomei!

8. Conheço esse cara, acho que ja fumei um com ele.

9. Quem é você, porra?!

10.
Mãe, vou ali pegar um ônibus e comprar uma 50g por 70 reais.

11. Mãe, posso rasgar algumas folhas da bíblia?

12.
Mãe, rasguei algumas folhas da bíblia, mas relaxe, foram todas do Apocalipse.

13. Esse caleidoscópio que você botou no teto é lindo.

14.
Mãe, sou editor-fundador de um blog humorístico que tem DROGAS como tema central

15. Tô de cara aqui, mãe

16. Poxa esse é meu 10º baseado do dia e eu só estou brisado.

17. Mãe, fiz um post sobre temas (drogas) que um jovem drogado não deve falar com sua mãe.

18. Conheci esse cara na boca.

19.
Conheci esse cara na night, acho que ele já botou um raio pra mim

20. Hoje eu quero lisergia! Tomei uma meiota aqui e quero é ver coisa, porra!

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

O Último Dia Naquela Cidade

A gente tava de bobeira pela cidade quando passamos perto do estádio. "Vamo ver o jogo?", alguém disse. Concordamos todos. Compramos uma vodka no supermercado e voltamos pro mesmo lugar.

Não demorou e começamos a trocar idéia com os caras do Comando - torcida organizada do time local. Eles nos venderam os ingressos, ficaram bebendo conosco e fumamos um morrão. Depois do jogo foi uma festa da porra, porque tinham ganhado de quatro a zero. Os caras nos levaram pra sede deles. Tiramos umas fotos, bebemos umas cervejas.

Saímos de rolê. No total dava umas sete cabeças. Paramos num mercadinho pra comer uns salgados. Pra tirar onda de baiano eu dei um banho de pimenta na coxinha. Como eu tava bêbado, pra mim tava de boa. A cada mordida que eu dava eu embebia aquele salgado frio com o líquido. Um cara do Comando quis me imitar. Só que a boca dele ficou ardendo pra caralho, a gente começou a rir ao mesmo tempo que ele também ria e não parava de colocar mais pimenta e comer.

Continuamos andando. Tava frio pra caralho, uns sete graus, sei lá - na madrugada eu tirei uma foto na frente do termômetro marcando sete graus. Porra, pra mim isso é muito frio. Decidimos ir num puteiro ali perto - Edgar preferiu ir numa boate, ele ia encontrar outra galera conhecida lá. Os outros dois brothers que tavam com a gente voltaram pra universidade. Ficamos só eu, Ivan e os caras do Comando (uns cinco).

O puteiro tinha chão de taco, algumas mesas de madeira, um balcão na frente, várias mulheres - umas sete ou oito -, tanto novas quanto velhas. A cerveja era uns dez reais a garrafa. Ivan tratou de pedir uma. Sentamos a uma mesa, separada dos caras do Comando, bebendo de boa e trocando uma idéia. Nessa eu fui intimar uma morena, gostosa até. Cabelo preto longo, cacheado, disse o nome dela, daonde era (uma cidade qualquer do interior). Cinquenta conto mais quinze do quartinho em cima. Subimos. Tirei a calça com todos os documentos e deixei num lugar próximo pra ficar ligado em não sumir nada. Não queria tomar um a zero daquela mulher. Fiquei peladão. Ela disse que eu tinha o corpo bonito, um "ticão". Na real, foi uma boa foda. Depois de gozar fiquei deitado fumando um cigarro, relaxando. O quarto não tinha porta, era tipo uma cortina, estilo casa de indiano, então quando eu penso que não me adentra naquele inferninho Ivan completamente bêbado com uma gordinha gritando "é suruba, Carlão! Putaria!". Eu ri pra caralho. Rapidinho ele botou a mulher de quatro e começaram a fuder ali mesmo do meu lado. Eu assisti um pouco, me vesti e desci. Fiquei conversando com os caras do Comando e uma loira gatíssima - a puta mais gata do brega, eu acho. Ela me perguntou se Ivan tinha subido sem pagar o quarto. Eu respondi que não sabia. Parece que ele não pagou o quarto mesmo. A loira disse que o dono não ia gostar se soubesse, mas que eu ficasse numa boa que não ia pegar nada. Não demorou muito, ele desceu com a criatura. A loira foi tirar satisfação com a gordinha, saber porque ela não repassou o dinheiro do quarto pro bar ou algo do tipo. Eu não fiquei pra ver. Chamei Ivan pra ir embora. A gente se despediu dos caras e da loira. Perguntamos se era tranquilo andar por ali àquela hora, eles falaram que sim, que qualquer coisa era só dizer que tava com eles.

Voltamos caminhando pra universidade, era uma ladeira enorme, umas três da manhã, fazia frio, não tinha mais um carro na rua. Foi o último dia naquela cidade.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

A moral ácida da vagabunda


Naquela noite, já estava drogado o suficiente pra beijar aquela vagabunda novamente. Um pouquinho de anfetamina ali, um pouquinho de THC aqui, apertando um baseadão com esses dedos digitadores e alegria pura no olhar. Ótimo.
É nessas horas que você pensa que não há mais nenhum resquício de sua moral cristã no jogo: você já está com a cabeça entupida de substâncias, um sexo casual sujo seria somente mais um sopro naquela ventania toda. Pelo menos eu pensei e pensaria assim em qualquer situação parecida, mesmo considerando que ando com a cabeça substanciada em 99% do tempo.

A menina tinha um corpo bem bonito, apesar da cara de 5 anos mais velha que eu não imaginei de onde poderia vir.

- "Ah, ela deve se drogar mais que eu pra ter uma cara dessas."
Pensei por um momento, sendo respondido pela visão de meus próprios dedos responsáveis enrolando um tal king king size por ser o único com habilidade para tal: "Ô! Acho que não..."

Uma típica gostosinha perigosa, daquelas que você não exibiria em casa pelo perigo que ela representa (e não por ser gostosa) pra sociedade cristã atual, mesmo considerando toda a libertinagem do momento vivido.
Esse perigo a deixava mais excitante, óbvio, e à medida que as substâncias dançavam um tango intenso nesse espaço nefasto chamado cérebro, eu me permitia pensar que "só uma pegadinha não vai fazer mal a ninguém" – e não era sobre o baseado.
E continuava a minha malandragem comportamental aguda. A aproximação dos corpos era iminente. A vontade saltava dos meus poros abertos e coloridos. Fantástico, até então.

Algum telefone tinha que tocar alguma hora, pra fuder de vez com todo o processo, claro. Era a hora do celular tocar.
Não era o meu celular, até porque eu fingia não ter esse aparelho por não ter condições morais ou cognitivas para manter um diálogo com mais do que aqueles seres humanos ali presentes no pico, no caso, eu, Julinha e a vagabunda.

- "Oi, Dan", diz a vagabunda.
"Ãh? É..." - silêncio.
"Tô aqui com Julinha e Bóris (esse sou eu)" - silêncio.
"É" - silêncio.
"Não." - silêncio.
"Não... tsc... Tchau!" - a vagabunda desliga o celular. "Que grosso!” – diz a vagabunda, se referindo ao seu boy Dan.

Julinha indagou rapidamente, a fim de saber o que tinha acontecido, pois que eles se deram sempre bem e ficavam juntos há algum tempo, já, sem muita confusão. A resposta veio como um murro de Nietzsche:
"Esse Dan é um moralista, mesmo, vei. Odeio moralismo!" - disse a vagabunda, fingindo ler filosofia.

Eis que o ácido em meu cérebro apronta mais uma, me delegando a responsabilidade moral de entender realmente o que se passou ali. É difícil quando você, doidão, se depara com situações em que você é realmente o mais sóbrio do jogo.
Pensei "moral... moral... beleza...", e procurava entender o que era aquilo. Uma vagabunda reclamando de moral? Ok, ela pode, claro, ela é imoral, claro. Ela é imoral.
Ela é imoral?
Ela não sabe o que é moral. Ela não sabe o que é imoral.
Imoral?
Ela só queria dar mais uma vez, ó, claro, o Dan não devia ter sido tão moralista, ele não devia ter ficado chateado só porque a vagabunda que ele pega queria dar uma curtida substancial (no sentido ilícito, claro, imoral, claro) com outro rapaz que inicialmente só queria dar uma transada substancial (também no sentido ilícito da coisa), sem compromisso, sem moral, e que acaba sendo derrubado do pilar de seu desejo por um ímpeto substancial (agora no sentido filosófico) advindo de questionamentos morais sobre a moral cristã num ato sexual descompromissado.

Este rapaz, embebido num poço de moralidade, se torna vítima da moral que surgiu como piada e acabou derretendo todo o feeling sexual da jogada como derretem as luzes da cidade ou os prédios altos e coloridácidos que enfeitavam a bela vista.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O Sindicato.


Faz um tempo que eu vi esse documentário, mas só pensei em postar agora não sei pq, pois é o tipo de informação que todos devem ter mas a mídia não tá nem um pouco interessada em mostrar.

Recomendo mostrar pros seus pais, mas provavelmente o resultado será o mesmo que o da minha mãe se referindo ao documentário como mais uma "desculpa de maconheiro pra ficar chapado sem ninguém pra encher o saco". Sinceramente, a gente devia mandar isso pras emissoras de televisão, fazer um multirão e todo mundo todos os dias encher o saco deles até um dia eles cederem.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Sílvio Santos e o aviãozinho monetário

No futuro alguém vai pensar "rapaz, tinha mesmo um cara no passado que jogava dinheiro de verdade dobrado em forma de aviãozinho para sua platéia de mulheres pobres, feias e enfurecidas".
E existe mesmo. Certo...
Qual o esquema?

Pra ganhar dinheiro, o apresentador rico tem um programa de TV que tem como público-alvo os cidadãos pobres, que assistem ao espetáculo que exibe outros cidadãos pobres competindo entre si em pequenas tarefas que exigem algum esforço mental ou físico quase inexistente, ou alguma questão complexa demais até para o próprio apresentador rico e estiloso. O apresentador, que não encara as suas próprias competições nefastas, guarda dinheiro de verdade nos bolsos do seu paletó... Enquanto apresenta.

Ok, ele não precisa comprar nada lá dentro do seu próprio estúdio no seu próprio canal de televisão, então o dinheiro é para algo mais legal: ganha a forma de aviãozinho e é jogado na turma de cidadãos pobres da platéia, que são os mesmos que assistem em casa ao mesmo canal, consequentemente assistindo aos outros cidadãos pobres que competem para ganhar um pouco do dinheiro do apresentador que está ganhando dinheiro em cima destes.


 


 

E isso você vai poder contar para seus filhos e netos.

sábado, 16 de outubro de 2010

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Maconhedge

Conversei com um cara das antigas dos tempos do bubblegum. Ele disse que se amarrava na minha banda. Disse também que em 2006 veio a Salvador e que inclusive foi num show no Insurgente que teve Diante dos Olhos (RIP) e Lumpen, bandas straight edges. Ele falou que perguntou pela gente lá e me disse o seguinte "cara, não me leve a mal, mas pelo que eu conversei com a galera vocês eram persona non grata por lá.". Eu expliquei pra ele que eu era guri naquela época e ficava bêbado, às vezes fumava maconha, bagunçava, quebrava copo. E pra piorar escaldava straight edge e vegan. Achava coisa de otário. Hoje ainda acho coisa de otário, mas sei que têm straight edges gente boa. É como ter um amigo evangélico. Você sabe que aquilo é coisa de otário, mas considera o cara porque ele é gente boa e pode até virar amigo dele.

Hoje vários desses straight edges viraram maconheiros. São os "maconhedge". Depois do surgimento dos maconhedge passei a dar mais valor aos straight edges das antigas.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Ambiente Transeunte

Ambiente Transeunte

Vou pegar minhas coisas, fazer de minha bagagem uma pobre ilusão
Tentando entrar na ilha da realidade, me esbarro em leis que não posso me conter
Trabalho no limiar da minha vida que é viver.
Entrando num deserto florido, onde pássaros vêem e vão
Seria ele atrás de um ‘pitaco’ de pão
Numa poesia seria, mas era ele seguindo a sua sina
Deveria fazer isso! Jogar um grão pra cima.
E onde ele parar, eu me apresento,
Cansado dessa minha vida
Eu me ausento.,
sento,
Putz,não recebi aumento.
.


Mahalo Baptista, baseado no raco.

Os tempos de hoje em dia

Os tempos de hoje em dia
quem perde-se em agonia
não fumou o que devia
ou deveu pra quem não devia dever
e agora, joão e maria irão morrer?
cadê aquela comida que comiam?
acabou porque vocês se permitiram
ou porque todos os dois deviam?



- Gil Baiano, Fritópolis, BA

sábado, 2 de outubro de 2010

Da legalização mais rápida de todos os tempos (2)

 
 ou
 "Da quase informação mais rápida de todos os tempos"

Um plágio bem palosinho de Geraldo Azevedo

Acordei hoje com um cidadão amalucado me mandando postar essa bela canção aqui. Segue o videoclip e a letra abaixo:


ô uô ÊÊÊ

É por esses meus olhos vermelhos
Essa minha boca espumar
Esse meu jeito louco de ser
Essa coisa vou logo puxar

Apenas eu peguei na beira mar
Um baseado pra fumar
Pode ser maconha, pode ser loló ou
Um pouquinho daquele pó

Esse meu cabelo rastafári
Essas minhas tranças de algodão
Eu preparo logo um cigarro
Dou um tapa pra ficar doidão

Apenas eu peguei na beira mar
Um baseado pra fumar
Pode ser maconha, pode ser loló ou
Um pouquinho daquele pó

ô uô ÊÊÊ (é sucesso, é Botswana!)

Do playboy e da massa


 "O ator Dado Dolabella prestou depoimento na 14ª Delegacia do Leblon, na Zona Sul do Rio, no início da noite desta quinta-feira, 30, depois de ser flagrado com substância que seria maconha e que enchia dois terços de uma embalagem de Cebion (vitamina C)."

Dado também lê o blog mais paloso de todos os tempos. 

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Da capa


Essa fofa revista Galileu acima é uma fantástica demonstração da maconha como um ente querido ou animal doméstico numa casa (um apartamento, considerando o jovem barbudinho paloso que habita). Outros consideram maconha como aquele parceiro que você quer sempre trocar uma ideia, pelo menos umas 4, 5, 6 vezes no dia. Alguns a enxergam como uma planta (?), uma droga, embora eu prefira enxergar como meio de conseguir energia (também conhecida por "lombra" ou "felicidade constante").

Da capa, o que me chamou a atenção de imediato não foram as plantinhas palosinhas e verdusquinhas no fundo da imagem, nem as letras que parecem suspirar gritadamente MACONHA diretamente no seu ouvido, mas sim o paloso rapaz no meio da imagem, que me fez prontamente localizar estes outros pequenos  e quase não notáveis itens palosos. 






Sobre o rapaz:
http://oglobo.globo.com/rio/mat/2010/07/01/musico-preso-com-plantacao-de-maconha-em-casa-em-niteroi-917038147.asp
http://www.trezentos.blog.br/?p=4796
http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI4567427-EI5030,00-Justica+do+Rio+liberta+musico+preso+por+plantar+maconha.html


Outra colaboração de MIKE STONE

Da legalização mais rápida de todos os tempos




Colaboração: MIKE STONE

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

O Instrutor Baratino

Esse instrutor de academia filha da puta está em todas as academias do Brasil sempre dando em cima da mulherada. Seu nome é Baratino. Ou como prefere: Instrutor Baratino. Cursou Educação Física à distância pela Faculdade Particular de Nova Sequeley e aproveita seu emprego na academia do bairro pra baratinar as gostosinhas. Fundou com os colegas de trabalho o time de baba Baratinaikos.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Vilões Punks - 1

Não sei se a intenção da galera era queimar o filme dos punks ou se os punks que se comportam tão mal que viraram arquétipo da maldade, mas o que acontece é que vários vilões de desenho animado sempre andaram no visu. Existem vários deles, mas hoje ficarei com Bebop e Rocksteady dos Tartarugas Ninjas.

Bebop certamente não usa brinco de pressão.


Rocksteady na bruxa.


Bebop, o javali de moicano e Rocksteady de calça camuflada, jaqueta e coturno, ambos portando. Mais punk que isso só cortando o pau no meio.


Além de estilos musicais, Bebop e Rocksteady são também mutantes.

Referência: WIKIPÉDIA

domingo, 29 de agosto de 2010

A Casa Caiu: e Agora?

A vida de um usuário de drogas é muito difícil nestes tempos de proibição. Para usar determinadas substâncias, tão importante quanto saber lidar com a criminalidade é também saber lidar com aqueles designados pelo Estado para aplicar e fazer seguir a lei - que nas horas vagas também podem praticar crimes. Quando se é um consumidor contumaz de substâncias ilícitas é preciso estar preparado para rodar a qualquer momento. Esse momento pode não chegar nunca, o que é ótimo, mas é um risco que se corre ao se expor dessa forma. Enquanto houver um flagrante no bolso é preciso se manter ligado. Como estamos falando de seres humanos sempre rola uma distração, um vacilo, uma moscação. Pode acontecer de alguém caguetar e podemos até ter uma abordagem sagaz dos fardados. Fato é que um dia a casa pode cair.

Hoje a legislação é bastante tranquila em comparação ao que era há alguns anos atrás. As penas para quem é pego com pequena quantidade para consumo pessoal estão no artigo 28 da lei 11343/07 e são: (I) uma advertência sobre os efeitos das drogas, algo aparentemente bizarro, afinal quem sabe mais sobre os efeito das drogas do que a própria pessoa que as consome? Um promotor de justiça?; (II) prestação de serviços à comunidade, que nos juizados criminais de Salvador podem ser pagamento de cestas básicas ou comparecimento durante alguns dias numa das creches que eles indicam; (III) medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo, o famigerado CAPS - Centro de Apoio Psicossocial, onde o sujeito participa de uma reunião com outras pessoas que também rodaram para contarem suas experiências.

O procedimento é simples, sequer é preciso constituir advogado, não se fica com "ficha suja" e a audiência não dura nem vinte minutos. Segue abaixo todos os passos a serem seguidos.

1 - A abordagem policial. Esse é o momento mais difícil de todos. Não adianta querer conversar com eles, nem convencê-los de que esse é um victimless crime. Além de possuírem cognição limitadíssima aliada com uma pitadinha de mau caráter misturado com sangue no olho, o trabalho deles é justamente conduzir o cidadão para a delegacia e lavrar o termo circunstanciado. É o que põe comida no prato deles. Não proponha suborno. Caso eles venham com a proposta analise se vale a pena. Um celular a mais ou a menos talvez não faça muita diferença. Duzentos reais a menos. Isso vai de cada um. É algo que elimina todas as etapas seguintes.

2 - Não conseguiu subornar, é hora de ser conduzido. Esse é o momento da exposição ao escárnio, à galhofa dos sádicos e desinformados en passant. Dentro da viatura ou caminhando com as mãos para trás o importante é não ser reconhecido por quem estiver vendo. A polícia da minha cidade costuma aproveitar esse momento para exercitar seus braços numa distribuição gratuita de violência que lhes causa prazer orgasmático. Tente se manter calado o tempo todo. Só fale se for perguntado e nada de gracinhas ou discurso político, nem de dizer que estuda e trabalha, que é honesto, que cumpre suas obrigações, que é filho de não sei quem. Isso só pode piorar o ânimo duzômi.

3 - Na delegacia será lavrado um termo circunstanciado. É um documento que narra os fatos ocorridos que servirá para acusar. O sujeito lê, assina e é liberado.

4 - Passados alguns meses o usuário receberá em sua residência uma notificação judicial chamando-o para comparecer à audiência. Mora com os pais? Caretas? Eles não sabem de nada até então? Eles que pegaram a notificação? Isso pode causar algumas horas de tensão e até choro. Aqui vale a pena manter a cabeça no lugar (aliás, é fundamental manter calma e racionalidade durante todo esse processo) e explicar que não vai pegar nada, não vai ter ficha suja, não vai precisar gastar dinheiro contratando advogado (só se quiser) etc. e tal. Quando se mora em prédio é ainda pior porque o porteiro é que vai pegar esse convite. Pra garantir diga aos porteiros que não assinem nada no seu nome.

5 - Na audiência é feita a proposta de conciliação pelo membro do Ministério Público. É a transação penal. Em tese trata-se de um acordo entre o usuário e o Estado. O indivíduo então aceita a proposta e vai para casa. Não aceitar a proposta acarreta em processo. Teoricamente até aqui ainda não houve processo, mas procedimento especial. Nesse caso, uma das consequencias de ser processado criminalmente é o problema da ficha suja e aí o cara não pode fazer concurso público, por exemplo, além de outras privações. A transação penal é, portanto, bilateral só na teoria, o que é péssimo num Estado de Direito.

6 - Cumprida a pena, é enviado um ofício ao Juizado e o Juiz, pelo menos na Bahia, só nesse momento homologa a transação penal. Ocorre que há uma lacuna na lei que não diz como proceder caso não se cumpra a transação penal e então criaram esse artifício. Cada juizado faz de um jeito. Isso tem gerado muita discussão e aqui não é o espaço adequado para isso. Dá pra perceber que todo o procedimento foi mal elaborado pelos legisladores.

7 - Pronto? Liberdade? Nem tanta. A lei estabelece que a transação penal só poderá ser feita de novo depois de cinco anos, então é bom ficar esperto durante esse tempo. Só se drogar em casa de preferência.

8 - Esse crime prescreve em dois anos, ou seja, a pretensão punitiva do Estado se extingue no prazo de dois anos contados da data do fato. Dois anos passam rápido. Uma estratégia é confiar na morosidade da justiça. Não ir às audiências, não cumprir a transação penal, mudar de cidade e tudo que dificulte a atuação jurisdicional é válido, mas não é recomendado.

Espero ter ajudado. Andem sempre alerta, drogadinhos. Saber dispensar uma ponta não é viadagem, mas uma virtude.