domingo, 20 de fevereiro de 2011

Sobre Ronaldo

Assistindo TV no domingo me deparo com a imagem de um simpático Ronaldo (um emergente no mundo dos bem dotados em tecido adiposo) no programa do simpático Faustão (um emergente no mundo dos quase-magros). O quadro do programa chama-se arquivo confidencial. O Dalai Lama, o papa, Galvão Bueno, Deus, Satã, o vendedor de hot da rua: todos dizem o quanto Ronaldo é legal, lembram episódios e uma hora ele tem que chorar. Dentre os episódios a serem lembrados, dois são tabus:

1 - Quantos gramas de farinha Ronaldo cheirou na véspera da final em 98?

2 - Quantos travestis ele já não lascou antes de Andréia?

Sobre a primeira pergunta, acredito que ele vai guardar esse segredo até o túmulo, algo que eu também faria. Prejudicou o time. Todo mundo acreditava naquela seleção. Foi decepcionante.

Sobre a segunda pergunta eu, no lugar dele, responderia que não interessa. Em vez de ficar desmentindo o tempo todo, falaria que era rico, famoso e metia onde quisesse. Se o gordinho fizesse isso, rapidinho iam parar de encher o saco dele. Gosto dele. Imprensa leviana. Pica no cu.

Sobre a espera e o download


Esse desenho representa tudo de sujo e safado que temos neste mundo virtual hoje.


Serviço safado ou somente uma maneira de selecionar clientes? http://rapidshare.com/

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

O incrível mundo de medusa robots

Clique na arte para melhor compreensão.


"O Incrível Mundo de Medusa Robots" ou "O Começo do Fim
Por Mahalo Baptista



quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Ronaldo diz adeus

A população fubetolística brasileira (cerca de 98,9% da população do país, segundo estimativa do IBGE) chorou anteontem, 14 de Fevereiro de 2011, com a notícia da perda de um dos mais caros e mais pesados craques da bola -e não bolas de crack mais pesadas, o que seria outra coisa- que já pisou nos gramados canarinhos. 

Ronaldo Gordo, anteriormente conhecido por Ronaldo 9 e posteriormente por Ronaldinho O Primeiro Não Aquele Gaúcho, convocou a imprensa mundial para dar nota do seu falecimento.

A notícia de sua morte veio através de uma coletiva de imprensa marcada pelo mesmo para revelar a novidade. Foi quando às 12:36, acompanhado pelo seu filho Ronald Gordo, que Ronaldo anunciou sua própria morte. 

Uma vida controversa, marcada por mulheres casamenteiras, contratos polêmicos e cortes de cabelos do mesmo estilo foram marca registrada do jogador.


Aqui Ronaldo mostra o seu 'Estilo Capilar Único', condição característica de muitos jogadores de futebol na modernidade.


De se esperar
Sua morte era algo de se esperar considerando as últimas aparições bizarras do craque em campo (e não são as últimas aparições de um crack bizarro no campo) e escândalos em sua vida pessoal que foram exibidos à exaustão por uma imprensa bandida, sempre inimiga deste crack. Algo que sem dúvidas contribuiu na sua decisão de morrer.

Mix de estilo e perseverança: Ronaldo
Conhecidos íntimos afirmavam ainda que, em vida, Ronaldo era infeliz, e cedo ou tarde algo de tal peso aconteceria.

Notícia bombástica
Jorge Almeida, pedreiro, 56, tomou um susto ao ligar sua televisão: acreditou que aquele aviso em entrevista coletiva seria apenas um alerta que Ronaldo estaria dando de que largaria os campos. Infeliz situação foi constatada pelo pedreiro ao continuar a assistir à longa e emocionante coletiva de cerca de 46 horas de exibição.

A notícia da própria morte proferida pelo craque pegou fãs como Jorge de surpresa: "Até hoje eu não consigo acreditar... Acredito que há um Ronaldo Gordo dentro de todos os nossos corações agora", diz Jorge.

Momento de emoções fortes
O que não foi possível negar durante a coletiva foi a alta emocionalidade que conduziu o craque Gordy, que inicialmente chegou com lágrimas ainda grudadas nos olhos e aos poucos foi se soltando, deixando a emoção falar mais alto. As lágrimas que segurou durante 3 horas (tempo da parte 1 da coletiva, dividida em 16 partes por questões videográficas) rolaram finalmente a partir do 4º horário de entrevista. "Não é todo dia que a gente morre (risos)", afirmou um Ronaldo comediante.

Ao avisar de sua morte, Ronaldo também dava as costas à uma imprensa que nunca lhe deu valor algum, consideração que ficou explícita durante a entrevista. Aquela morte parecia mais um momento marcado, mais um momento controlado pelo crack nessa vida de tantos momentos em que Ronaldo mostrou, com exatidão e veemência, obter total controle da situação.

Na última fase da entrevista (possível de ser vista no DVD de extras nº 5 da coletiva), Ronaldo anunciou também que não mais jogaria pela seleção que tanto amava, já que dinheiro era algo que nunca fez diferença em sua vida e faz menos diferença agora, pós-óbito, concluindo que sua morte possui um significado "bem mais físico do que meramente espiritual", como disse anteontem o próprio Ronaldo G.

Ronaldo G. deixou na Terra alguma moral incerta escondida embaixo do tapete que é o mundo do futebol canarinho e também alguns filhos, escondidos debaixo do mesmo tapete vermelho-marrom, melado de costela de porco, bife mal passado e um queijo coalho de procedência duvidosa. Sem dúvidas um craque que contribuiu para a renovação de um futebol moderno apático, trazendo alegria e atitude de campeão, fatores que deixarão saudades nas veias e corações deste país.


Descanse em paz, Ronaldo G.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Eliana e a borboleta psicodélica

 
Ver uma borboletinha lisérgica não faz mal a ninguém, rapaz

Eliana, que se tornou uma celebridade justamente por possuir alta experiência prática e teórica acerca do tema drogas e sua problemática no desenvolvimento infanto-juvenil (concluindo tese de mestrado sobre o referido tema há cerca de 24 anos atrás), é mostrada exibindo parte do conhecimento acumulado por ela durante anos através de suas mais diferentes pesquisas nesta propaganda abaixo, que era exibida na TV há cerca de 10 anos atrás. Na época, muitos jovens que assistiam Pokémon pela manhã receberam tais mensagens gratuitamente e fortuitamente conseguiram se salvar daquele que era o caminho do amigo de dedos amarelados e atitude suspeita: a perdição das drogas.






Aqueles que não conseguiram captar a mensagem central da propaganda iniciaram blogs suspeitos alguns anos depois.



segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Tetraidrocanabinol

Domingo era o dia marcado pra estudar. A leve ressaca do sábado já havia se dissipado ao sabor do longo sono da noite e a ressaca moral da sexta problemática já tinha sido lavada na primeira defecada. "A vida é linda", eu pensava. O retorno aos estudos é sempre complicado, seja depois de alguns meses de férias, depois de uma vida trabalhando como pedreiro, como um importante empresário, depois de curtas férias de 2 semanas ou mesmo depois de uma noite relaxante de olhos colados. Não importa, a dor de retornar aos livros é sempre intensa.

Por outro lado, domingo é como um brother que não tá afim de se mexer muito, passou o dia todo deitado e gosta dessa condição, independente do que você ou sua hiperatividade juvenil acham.
E eu... Eu sou o tipo de cara que topa tudo por uma boa fuga, escapadinha malandra, um opositor político da caretice e do retorno aos estudos. Esse sou eu.

E como disse anteriormente, nesse domingo eu estava com a cabeça bem voltada aos livros. Certo. Isso é o que eu gostaria de dizer pros meus filhos. Minha mãe, por outro lado, não gostaria de ler essa história toda.
Talvez só a parte que eu falo "meus filhos".
Essa parte ela ia gostar.

Sinceramente o que importa agora sobre minha mãe é que ela não gosta de uma fumada de cannabis no seu apartamento. Ela acha o ato repulsivo, sujo, pesado, roqueiro, bandido, ilícito, faveloso, adicto, perdido, destruidor de mentes, anaquilador de desejos, vertente mor da destruição, asco, escória, discórdia, e uma corja de putos desgraçados.

Eu acho tão bom quanto tomar sorvete na sorveteria mais colorida e feliz do bairro com meus primos.
Exceto que é uma porra de uma planta proibida num beco preto da porra com meus amigos mais marginais e tatuados.


Independente dessa questão viciada, esse domingo tudo podia dar merda e eu sabia disso. Foquei nas tarefas e comecei a digitar cedo, às 07:30, como um escritor solitário. Assim, pouca coisa daria merda, acreditei piamente.

Fui interrompido 07:34, quando meu irmão Michel e sua fala mais baiana do que ele me reveleram:

"Vou ali pra praia viu que eu to afim de pegar uma praia lá com os cara e a água vai ser dura essa porra. Me empreste seus óculos escuros?".

Ok. Tudo bem. Além de mim, tinha três pessoas na casa, então a moral e os bons costumes estariam preservados até ali.

Voltei para os estudos e às 07:42 meu irmão Julio já me interrompe com piadas infames: "Bicho, vou ali na casa da galera fazer um trabalho". Uma grande mentira, que eu aceitei com prazer, afinal, ter um irmão a menos é sempre ter um irmão a menos. Não é como um membro do seu corpo que você morreria sem. É somente um membro familiar, como uma unha ou um fio de cabelo, algo que cresceria de novo ou que não faria diferença ficar sem.

Meu outro irmão, Marquinho, dormia feito uma vagabunda de ressaca. Com as pernas abertas e uma cara escrota de quem não acordaria nem em 4 meses nem com a eclosão da 3ª Guerra Mundial. Eu respeitava a atitude: ele dormia muito, mas sabia o que estava fazendo. Queria mesmo dormir.

A situação começava a se tornar favorável para a auto-diversão vagabunda (ou desfavorável para o time da caretagem, moral cristã e retorno aos estudos). Eu e mais duas pessoas em casa, sendo uma delas invalidada pelo sono de uma noite possivelmente inútil e a outra... A outra era problema.

Era minha mãe, um amor de mãe, de fato, praticamente sócio-fundadora do time da caretagem, mais espeficicamente, diretora-geral do departamento de narcóticos, e dona do tridente de ouro que regula as regras do apartamento. Além de presidente da Moral Família, empresa que considera respeito como um primo do medo e vê fumaça como uma evidência cabal de que há fogo, quente, ardente, e violentíssimo, acontecendo há alguns metros ou alguns neurônios de distância.



É certo que em casa eu fumaria maconha em qualquer situação de iminência de chegada dos meus 3 irmãos sem muitos problemas, mas... Não tocaria numa Smoking enquanto minha mãe estivesse por perto. Fato certo.
Ela sempre sabia da fumaça que rolava em minha cabeça. Minha cabeça é expansiva e exposta, aberta demais para segurar tal futum.


E o domingo, aquele antigo brother que só quer deitar na porra do sofá e ainda espera que você pegue o controle remoto pra ele, chega dançando samba com um sorriso muito maroto no rosto. "Safado...", eu pensava.

Para meu deleite, aquele domingo, diferente de todos os outros, era o domingo de retorno de minha mãe às missas (o retorno às missas é ainda mais difícil do que o retorno aos estudos), assim, era o momento divino do pecado. A saída dela representava a entrada dos Rolling Stones no apartamento. Mas sem as Stones na história. Só o Rolling e a indecência moral do grupo musical.

A fumaça dos meus olhos pedia fumaça no meu coração (quase uma poesia), e na verdade, a fumaça que confundia o retorno aos estudos em minha cabeça predizia que uma certa fumaça entraria nos meus pulmões.
Lógico. Sem minha mãe e seu tridente, sem meus dois irmãos bufões e o outro dormindo feito pedra, era hora de acender.

E agora aquele guerreiro cansado e desgastado pela night inconsequente se bateria frente a frente com as letras, as palavras, os significados escondidos naqueles malditos textos ou, ao invés disso, deixaria seus olhos vermelhos e seus corações em chamas com aquele antigo prazer cannabíco.

A maconha, massa mais utilizada na obra criativa mental, é um fantástico fumo, que traz alegria, verdades, virtudes e caminhos para aqueles que a utilizam. Qual o problema então desse senhor fumo, senhor? Ele, pior do que eu, odeia estudos. Odeia a memória, melhor amiga dos estudos acadêmicos.
Memória está pra maconha como um jogador de futebol está para um livro de física quântica. Ou assim como um físico nuclear está pra grana, mulheres, drogas e nights inacabáveis.

Meu irmão Marquinho não curtia o fumo. Ele era muito novo. Para ele, maconha era como a borboleta psicodélica da Eliana. A borboleta deveria ser negada, afinal, como ela poderia ser boa se é algo que você não pode contar nem pro seu pai e nem pra sua mãe? Certo, Eli.
Com isso em mente, considero também a inexperiência do pequeno Marco com flores lombrativas. Ele não saberia diferenciar o cheiro de outro cheiro qualquer de mato maluco queimado, certo.

O momento era perfeito. O timing seria ideal. 5 minutos de fumo, 10 minutos de barrunfo, 2 horas relativas de lombra. Perfeito. Apertar o baseado foi tão ridículo e banal, me custando somente 2 minutos do meu tempo. Eu não sou amador nesse quesito.

Nessa altura, os estudos já haviam se tornado poeira também. Cinzas, como aquela Smoking queimando e caindo no chão da varanda. Restos mortais de um sistema de ensino, de livros que escondiam conhecimentos dos mais diversos. Ah, a fumaça... Essa antiga e diária fumaça.

No retorno à realidade, meu medo das palavras secretas se tornou uma grande mentira. Ao invés de retornar aos estudos -algo sempre muito difícil, como falei-, o que consegui retomar foi meu desejo escondido, mas menos escondido do que o conhecimento nos livros. Sim, aquele ímpeto cannabíco acrescentaria algo em minha vida. Não só curaria minha ressaca, não só me deixaria feliz por 2 horas, não só me daria uma fome que com certeza o enjoo das bebidas de sábado bloqueava. 

O fumo fumado me permitiria escrever, entrar em contato com os conhecimentos escondidos existentes naquele neurônio mais arreado, mais arqueado para dentro do cérebro. O fumo induziu a uma gama de conexões neuronais de grande e pequeno porte, trazendo aos meus dedos rápidos toda aquela lista de palavras, contextos, conceitos e opiniões. Aqui estou eu, então, abraçado pelo tetraidrocanabinol -ele não é nenhum santo-, inspirado de sobra para escrever aquele que seria o maior conto metalinguístico já escrito por mim até então.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Charles: rock'n'roll e poesia


Charles Manson é um famoso artista de rua, conhecido por possuir a habilidade de agradar a todos com seu olhar fofo e tendências carinhosas. Junto com sua banda/gangue hippie, ele espalhou a paz nos EUA durante alguns anos e foi precursor de um movimento conhecido por "Rock`n`Roll" (Rock 'N' Roll Music, no original, em inglês).


Charles e seu amável olhar místico.


Na entrevista abaixo, ele não somente canta algumas de suas canções como responde poeticamente às questões do repórter, explicando nitidamente (claro, a linguagem poética pode atrapalhar a interpretação literal de algumas pessoas poeticamente incapazes -ou impoeticamente capazes-) quem ele é e para que veio. Além disso, fala um pouco de Hollywood e sua constante falsidade, sem perder a compostura.