domingo, 31 de outubro de 2010

Serrando um beck

É comum ocorrer da pessoa estar numa festa, doida pra tirar a cara e não tem nada. Serrar é uma opção.

Se a pessoa que você quer serrar for sua amiga, ela irá te convidar. Mas para serrar o beck de alguém mais distante, essa pessoa salvadora tem que ser, no mínimo, uma conhecida sua. Preferível que seja alguém que você próprio já tenha salvado outrora.

O approach: se você já for íntimo, já pode perguntar de primeira "e aí, tá salvando?". Caso contrário puxe um papo sobre a faculdade, sobre o que a pessoa anda fazendo por aí, enfim sobre qualquer merda, até chegar no ponto: "né por nada não, mas... tem um beck aí?". Resposta positiva igual a "tô barão, é só chegar." Resposta negativa igual a enrustimento ou o cara tá zerado mesmo.

Caso você, serrão, esteja acompanhado por no máximo UMA pessoa que também esteja de cara, é bom perguntar pro Capitão Presença do momento se essa pessoa extra também pode compartilhar da mesma fumaça, por uma questão de educação e logística. Educação porque é mais uma boca nojenta molhada de saliva e bactérias que vai encostar no baseado (principalmente se for de homem; se for mulher não tem tanto problema, e se for mulher gostosa não tem problema nenhum); logística porque pode ter muita gente pra colar no beck e acabar ninguém fazendo a cabeça.

Ao final, faz parte da boa conduta agradecer - "Fulano, valeu pela presença! Você é brother." - e dar uma gastada com o pessoal que fumou junto pra não ficar parecendo que só queria fumar e cair fora. Tudo isso é uma questão de etiqueta. Na verdade isso nem deveria ser falado aqui, educação vem de casa.

Acredito que compartilhar um baseado na roda envolve amizade e respeito.

sábado, 30 de outubro de 2010

Coffin Joe




Inspirado nas antigas inscrições do parceiro de guerra Cannabismoker.

Cegueira Espiritual

- Pois é, e ela é tão abençoada que fala até em línguas.
- Línguas?
- A língua dos anjos.
- Eu também falo em línguas, falo português, espanhol, inglês.
- É diferente - disse num tom bem humorado.
- Como traduz isso? Quem diz que "tchabalalalala" significa "porta"?
- O espírito santo.
- Massa, quero ver se o espírito santo faz meu tcc. Eu sou chato pra caralho, né? - Luis disse depois de um tempo.
- Não, você tem cegueira espiritual.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Sua mãe e as drogas

Coisas (sobre drogas) que você não deve falar com sua mãe:


1. Aquele cachimbo que você achou era meu mesmo.

2. Certo, 180 reais, foi o que já gastei com drogas esse mês.

3. Se eu tô de cara, mãe?! Você não me vê de cara há meses!

4.
Desde quando seu cabelo é roxo e esverdeado?

5.
De cara?!?!

6. Fui eu que botei o primeiro beck que Julinho fumou!

7. LSD? Há! Já tomei!

8. Conheço esse cara, acho que ja fumei um com ele.

9. Quem é você, porra?!

10.
Mãe, vou ali pegar um ônibus e comprar uma 50g por 70 reais.

11. Mãe, posso rasgar algumas folhas da bíblia?

12.
Mãe, rasguei algumas folhas da bíblia, mas relaxe, foram todas do Apocalipse.

13. Esse caleidoscópio que você botou no teto é lindo.

14.
Mãe, sou editor-fundador de um blog humorístico que tem DROGAS como tema central

15. Tô de cara aqui, mãe

16. Poxa esse é meu 10º baseado do dia e eu só estou brisado.

17. Mãe, fiz um post sobre temas (drogas) que um jovem drogado não deve falar com sua mãe.

18. Conheci esse cara na boca.

19.
Conheci esse cara na night, acho que ele já botou um raio pra mim

20. Hoje eu quero lisergia! Tomei uma meiota aqui e quero é ver coisa, porra!

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

O Último Dia Naquela Cidade

A gente tava de bobeira pela cidade quando passamos perto do estádio. "Vamo ver o jogo?", alguém disse. Concordamos todos. Compramos uma vodka no supermercado e voltamos pro mesmo lugar.

Não demorou e começamos a trocar idéia com os caras do Comando - torcida organizada do time local. Eles nos venderam os ingressos, ficaram bebendo conosco e fumamos um morrão. Depois do jogo foi uma festa da porra, porque tinham ganhado de quatro a zero. Os caras nos levaram pra sede deles. Tiramos umas fotos, bebemos umas cervejas.

Saímos de rolê. No total dava umas sete cabeças. Paramos num mercadinho pra comer uns salgados. Pra tirar onda de baiano eu dei um banho de pimenta na coxinha. Como eu tava bêbado, pra mim tava de boa. A cada mordida que eu dava eu embebia aquele salgado frio com o líquido. Um cara do Comando quis me imitar. Só que a boca dele ficou ardendo pra caralho, a gente começou a rir ao mesmo tempo que ele também ria e não parava de colocar mais pimenta e comer.

Continuamos andando. Tava frio pra caralho, uns sete graus, sei lá - na madrugada eu tirei uma foto na frente do termômetro marcando sete graus. Porra, pra mim isso é muito frio. Decidimos ir num puteiro ali perto - Edgar preferiu ir numa boate, ele ia encontrar outra galera conhecida lá. Os outros dois brothers que tavam com a gente voltaram pra universidade. Ficamos só eu, Ivan e os caras do Comando (uns cinco).

O puteiro tinha chão de taco, algumas mesas de madeira, um balcão na frente, várias mulheres - umas sete ou oito -, tanto novas quanto velhas. A cerveja era uns dez reais a garrafa. Ivan tratou de pedir uma. Sentamos a uma mesa, separada dos caras do Comando, bebendo de boa e trocando uma idéia. Nessa eu fui intimar uma morena, gostosa até. Cabelo preto longo, cacheado, disse o nome dela, daonde era (uma cidade qualquer do interior). Cinquenta conto mais quinze do quartinho em cima. Subimos. Tirei a calça com todos os documentos e deixei num lugar próximo pra ficar ligado em não sumir nada. Não queria tomar um a zero daquela mulher. Fiquei peladão. Ela disse que eu tinha o corpo bonito, um "ticão". Na real, foi uma boa foda. Depois de gozar fiquei deitado fumando um cigarro, relaxando. O quarto não tinha porta, era tipo uma cortina, estilo casa de indiano, então quando eu penso que não me adentra naquele inferninho Ivan completamente bêbado com uma gordinha gritando "é suruba, Carlão! Putaria!". Eu ri pra caralho. Rapidinho ele botou a mulher de quatro e começaram a fuder ali mesmo do meu lado. Eu assisti um pouco, me vesti e desci. Fiquei conversando com os caras do Comando e uma loira gatíssima - a puta mais gata do brega, eu acho. Ela me perguntou se Ivan tinha subido sem pagar o quarto. Eu respondi que não sabia. Parece que ele não pagou o quarto mesmo. A loira disse que o dono não ia gostar se soubesse, mas que eu ficasse numa boa que não ia pegar nada. Não demorou muito, ele desceu com a criatura. A loira foi tirar satisfação com a gordinha, saber porque ela não repassou o dinheiro do quarto pro bar ou algo do tipo. Eu não fiquei pra ver. Chamei Ivan pra ir embora. A gente se despediu dos caras e da loira. Perguntamos se era tranquilo andar por ali àquela hora, eles falaram que sim, que qualquer coisa era só dizer que tava com eles.

Voltamos caminhando pra universidade, era uma ladeira enorme, umas três da manhã, fazia frio, não tinha mais um carro na rua. Foi o último dia naquela cidade.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

A moral ácida da vagabunda


Naquela noite, já estava drogado o suficiente pra beijar aquela vagabunda novamente. Um pouquinho de anfetamina ali, um pouquinho de THC aqui, apertando um baseadão com esses dedos digitadores e alegria pura no olhar. Ótimo.
É nessas horas que você pensa que não há mais nenhum resquício de sua moral cristã no jogo: você já está com a cabeça entupida de substâncias, um sexo casual sujo seria somente mais um sopro naquela ventania toda. Pelo menos eu pensei e pensaria assim em qualquer situação parecida, mesmo considerando que ando com a cabeça substanciada em 99% do tempo.

A menina tinha um corpo bem bonito, apesar da cara de 5 anos mais velha que eu não imaginei de onde poderia vir.

- "Ah, ela deve se drogar mais que eu pra ter uma cara dessas."
Pensei por um momento, sendo respondido pela visão de meus próprios dedos responsáveis enrolando um tal king king size por ser o único com habilidade para tal: "Ô! Acho que não..."

Uma típica gostosinha perigosa, daquelas que você não exibiria em casa pelo perigo que ela representa (e não por ser gostosa) pra sociedade cristã atual, mesmo considerando toda a libertinagem do momento vivido.
Esse perigo a deixava mais excitante, óbvio, e à medida que as substâncias dançavam um tango intenso nesse espaço nefasto chamado cérebro, eu me permitia pensar que "só uma pegadinha não vai fazer mal a ninguém" – e não era sobre o baseado.
E continuava a minha malandragem comportamental aguda. A aproximação dos corpos era iminente. A vontade saltava dos meus poros abertos e coloridos. Fantástico, até então.

Algum telefone tinha que tocar alguma hora, pra fuder de vez com todo o processo, claro. Era a hora do celular tocar.
Não era o meu celular, até porque eu fingia não ter esse aparelho por não ter condições morais ou cognitivas para manter um diálogo com mais do que aqueles seres humanos ali presentes no pico, no caso, eu, Julinha e a vagabunda.

- "Oi, Dan", diz a vagabunda.
"Ãh? É..." - silêncio.
"Tô aqui com Julinha e Bóris (esse sou eu)" - silêncio.
"É" - silêncio.
"Não." - silêncio.
"Não... tsc... Tchau!" - a vagabunda desliga o celular. "Que grosso!” – diz a vagabunda, se referindo ao seu boy Dan.

Julinha indagou rapidamente, a fim de saber o que tinha acontecido, pois que eles se deram sempre bem e ficavam juntos há algum tempo, já, sem muita confusão. A resposta veio como um murro de Nietzsche:
"Esse Dan é um moralista, mesmo, vei. Odeio moralismo!" - disse a vagabunda, fingindo ler filosofia.

Eis que o ácido em meu cérebro apronta mais uma, me delegando a responsabilidade moral de entender realmente o que se passou ali. É difícil quando você, doidão, se depara com situações em que você é realmente o mais sóbrio do jogo.
Pensei "moral... moral... beleza...", e procurava entender o que era aquilo. Uma vagabunda reclamando de moral? Ok, ela pode, claro, ela é imoral, claro. Ela é imoral.
Ela é imoral?
Ela não sabe o que é moral. Ela não sabe o que é imoral.
Imoral?
Ela só queria dar mais uma vez, ó, claro, o Dan não devia ter sido tão moralista, ele não devia ter ficado chateado só porque a vagabunda que ele pega queria dar uma curtida substancial (no sentido ilícito, claro, imoral, claro) com outro rapaz que inicialmente só queria dar uma transada substancial (também no sentido ilícito da coisa), sem compromisso, sem moral, e que acaba sendo derrubado do pilar de seu desejo por um ímpeto substancial (agora no sentido filosófico) advindo de questionamentos morais sobre a moral cristã num ato sexual descompromissado.

Este rapaz, embebido num poço de moralidade, se torna vítima da moral que surgiu como piada e acabou derretendo todo o feeling sexual da jogada como derretem as luzes da cidade ou os prédios altos e coloridácidos que enfeitavam a bela vista.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O Sindicato.


Faz um tempo que eu vi esse documentário, mas só pensei em postar agora não sei pq, pois é o tipo de informação que todos devem ter mas a mídia não tá nem um pouco interessada em mostrar.

Recomendo mostrar pros seus pais, mas provavelmente o resultado será o mesmo que o da minha mãe se referindo ao documentário como mais uma "desculpa de maconheiro pra ficar chapado sem ninguém pra encher o saco". Sinceramente, a gente devia mandar isso pras emissoras de televisão, fazer um multirão e todo mundo todos os dias encher o saco deles até um dia eles cederem.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Sílvio Santos e o aviãozinho monetário

No futuro alguém vai pensar "rapaz, tinha mesmo um cara no passado que jogava dinheiro de verdade dobrado em forma de aviãozinho para sua platéia de mulheres pobres, feias e enfurecidas".
E existe mesmo. Certo...
Qual o esquema?

Pra ganhar dinheiro, o apresentador rico tem um programa de TV que tem como público-alvo os cidadãos pobres, que assistem ao espetáculo que exibe outros cidadãos pobres competindo entre si em pequenas tarefas que exigem algum esforço mental ou físico quase inexistente, ou alguma questão complexa demais até para o próprio apresentador rico e estiloso. O apresentador, que não encara as suas próprias competições nefastas, guarda dinheiro de verdade nos bolsos do seu paletó... Enquanto apresenta.

Ok, ele não precisa comprar nada lá dentro do seu próprio estúdio no seu próprio canal de televisão, então o dinheiro é para algo mais legal: ganha a forma de aviãozinho e é jogado na turma de cidadãos pobres da platéia, que são os mesmos que assistem em casa ao mesmo canal, consequentemente assistindo aos outros cidadãos pobres que competem para ganhar um pouco do dinheiro do apresentador que está ganhando dinheiro em cima destes.


 


 

E isso você vai poder contar para seus filhos e netos.

sábado, 16 de outubro de 2010

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Maconhedge

Conversei com um cara das antigas dos tempos do bubblegum. Ele disse que se amarrava na minha banda. Disse também que em 2006 veio a Salvador e que inclusive foi num show no Insurgente que teve Diante dos Olhos (RIP) e Lumpen, bandas straight edges. Ele falou que perguntou pela gente lá e me disse o seguinte "cara, não me leve a mal, mas pelo que eu conversei com a galera vocês eram persona non grata por lá.". Eu expliquei pra ele que eu era guri naquela época e ficava bêbado, às vezes fumava maconha, bagunçava, quebrava copo. E pra piorar escaldava straight edge e vegan. Achava coisa de otário. Hoje ainda acho coisa de otário, mas sei que têm straight edges gente boa. É como ter um amigo evangélico. Você sabe que aquilo é coisa de otário, mas considera o cara porque ele é gente boa e pode até virar amigo dele.

Hoje vários desses straight edges viraram maconheiros. São os "maconhedge". Depois do surgimento dos maconhedge passei a dar mais valor aos straight edges das antigas.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Ambiente Transeunte

Ambiente Transeunte

Vou pegar minhas coisas, fazer de minha bagagem uma pobre ilusão
Tentando entrar na ilha da realidade, me esbarro em leis que não posso me conter
Trabalho no limiar da minha vida que é viver.
Entrando num deserto florido, onde pássaros vêem e vão
Seria ele atrás de um ‘pitaco’ de pão
Numa poesia seria, mas era ele seguindo a sua sina
Deveria fazer isso! Jogar um grão pra cima.
E onde ele parar, eu me apresento,
Cansado dessa minha vida
Eu me ausento.,
sento,
Putz,não recebi aumento.
.


Mahalo Baptista, baseado no raco.

Os tempos de hoje em dia

Os tempos de hoje em dia
quem perde-se em agonia
não fumou o que devia
ou deveu pra quem não devia dever
e agora, joão e maria irão morrer?
cadê aquela comida que comiam?
acabou porque vocês se permitiram
ou porque todos os dois deviam?



- Gil Baiano, Fritópolis, BA

sábado, 2 de outubro de 2010

Da legalização mais rápida de todos os tempos (2)

 
 ou
 "Da quase informação mais rápida de todos os tempos"

Um plágio bem palosinho de Geraldo Azevedo

Acordei hoje com um cidadão amalucado me mandando postar essa bela canção aqui. Segue o videoclip e a letra abaixo:


ô uô ÊÊÊ

É por esses meus olhos vermelhos
Essa minha boca espumar
Esse meu jeito louco de ser
Essa coisa vou logo puxar

Apenas eu peguei na beira mar
Um baseado pra fumar
Pode ser maconha, pode ser loló ou
Um pouquinho daquele pó

Esse meu cabelo rastafári
Essas minhas tranças de algodão
Eu preparo logo um cigarro
Dou um tapa pra ficar doidão

Apenas eu peguei na beira mar
Um baseado pra fumar
Pode ser maconha, pode ser loló ou
Um pouquinho daquele pó

ô uô ÊÊÊ (é sucesso, é Botswana!)

Do playboy e da massa


 "O ator Dado Dolabella prestou depoimento na 14ª Delegacia do Leblon, na Zona Sul do Rio, no início da noite desta quinta-feira, 30, depois de ser flagrado com substância que seria maconha e que enchia dois terços de uma embalagem de Cebion (vitamina C)."

Dado também lê o blog mais paloso de todos os tempos.