sexta-feira, 30 de setembro de 2011

A noitada e a história dos quadrinhos


Naquela noite cheguei em casa tão tarde quanto chegaria o Batman. Tão doidão quanto o Coringa após uma noitada com o Charada. Rapaz, aí sim era problema. Charada, cara alucinado, gostava mesmo de ácido, pura fritação, do tipo que esquecia o próprio nome e dava risada em cima disso e fazia piada com todo mundo logo depois, terminando por fim contando outra piada e esquecendo da piada anterior. Coringa, classicamente, era o velho amigo do pó, sempre insano, gastando, mas consciente pra caralho. Certamente, as noites em claro sempre foram um clássico do Coringa, assim como festas nonsense de três dias e as mais absurdas tretas. Nada que se comparasse a uma mera tarde com o velho Chara, aquele louco que curtia cores vibrantes e ideias nefastas.

O problema do Batman também era a cocaína, lógico, isso sempre foi nítido. Até a forma humana do herói era um playboy fanfarrão que curtia meninas, festas e putarias insanas, chegando a invadir uma piscina e acabar comprando um hotel inteiro no desfecho (?). Logo, um doidão. De noite era o Batman, cavaleiro das trevas, justiceiro solitário, de rua em rua, de beco em beco, de boca em boca, de bandido em bandido, rouba a droga e espanca o bandido, rouba o bandido e usa a droga, bate e vinga a cidade de Gotham do crime eterno. E é numa dessas suas nights desenfreadas que o herói encontra sua versão bizarra, seu oposto de cara branca, nariz branco, pupila dilatada e gastação estridente, o tal do Coringa. Em busca do mesmo ouro, os algozes se espancam até o fim, até a morte, até a última pedra da boca.

Pois é assim que sempre se resolveram as coisas no mundo dos quadrinhos. E não me façam contar do dia que Robin inventou de tomar uma balinha que o Charada deu pra ele na balada... Esse sim é um dia não muito comentado na história dos quadrinhos.



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