segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Um conto familiar (2)

      A mãe se retira de casa seguindo uma vontade incontrolável de caminhar, não ao ar livre, mas sim ao som de pernas nervosas e milhares de bocas conversantes, sussurrantes e altas como fossem vozes do além. Pura tranquilidade reinaria no ambiente caso a mãe não realizasse aquela última ação antes de abrir a porta:

"JULINHÔ! Tô indo no shopping! Nada de usar drogas em casa enquanto eu estiver fora, tchau!"


A ironia da questão, aparentemente desvendada  anteriormente, está, na realidade, centrada no fato da história contada ser verídica. Assim, a nefasta frase dita pela senhora mãe no texto parece surreal, mas faz parte de mais uma das situações inusitadas da vida.



Nenhum comentário: