domingo, 25 de abril de 2010

Eu Conheci Milo em Pessoa

foi assim, ó. eu tava sem fazer nada em casa e resolvi sair pra espairecer. num dado momento encontrei um vendedor ambulante no centro da cidade, com naipe de mafioso, que tava precisando de alguém pra trabalhar pra ele. conversa vai, conversa vem, como não tava fazendo nada na hora, topei. ele cuidava do financeiro e eu negociava os produtos. num dado momento, eu descobri que dentro de cada caixa de dvd pirata tinha uma petequinha. "tudo bem" - pensei - "quem tá se matando não sou eu mermo". quando me dei conta, eu já tava envolvido demais naquilo pra sair assim, do nada. até que de repente ele falou que tava precisando de uma mula pra levar droga pra Europa. eu ia viajar de graça, conhecer outros países, aquele negócio todo. topei. fui uma, duas, três vezes. até que rolou de eu ir pros Estados Unidos. fui uma, duas, três vezes. na quarta eu pensei "vou ficar por aqui mermo". arranjei um trampo de lavador de pratos num puteiro em Los Angeles. na época eu lia muito Bukowski e achava aquela vida interessante. comecei a me engraçar pro lado de uma puta e de repente ela começou a me dar de graça. transávamos freneticamente. quando dei por mim a gente já tava namorando. frequentávamos lugares juntos. minha identidade havia se fundido com a dela e socialmente adquirimos algo próprio. o trampo no puteiro não combinava mais com isso. ela foi ser garçonete e eu garçom de um coffee shop. o tempo foi passando e a minha relação com a clientela foi ganhando ares de camaradagem. num determinado dia um dos clientes me disse que tinha uma banda e me deu um CD que tinha acabado de gravar. esse cliente era Milo Auckerman e o nome da banda - achei meio esquisito - era Descendents.

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