Robert Franco
terça-feira, 31 de maio de 2011
Robert Franco 3
Robert Franco
quarta-feira, 25 de maio de 2011
Você é um imaturo
2. "Eu odeio gente assim..."
5. "E eu vou matar você."
terça-feira, 24 de maio de 2011
Diversão Noturna Bem Sucedida
Era uma quinta-feira, de tardinha. Arrumávamo-nos pra sair.
- Porra, bote uma roupa mais bonita.
- Que nada, tá bom assim.
- Coloque um tênis, pelo menos.
- Porra, você é foda. Pronto.
- Vamo nessa.
Apressadamente saímos os três.
- Esqueci o boné. - falei.
- Ah, agora já era.
Ficamos chapando o côco na praia. Cachaça e maconha naquele Jardim de Alá. Apelidamos o lugar de redemoinho gay. Os carros ficavam ali estacionados com pessoas fudendo, usando drogas. Tarados, psicopatas, travecos, traficantes.
Permanecemos de saque no movimento durante alguns minutos.
- Ali, aquele Corsa preto. - disse o parceiro.
Saímos do meio do mato. O camarada sacou o trinta e dois e meteu. Era um coroa viadão. Levamos tudo do cara, menos a roupa do corpo. Saímos de rolê. Operação bem sucedida. Carteira recheada de notas de cinquenta e vários cartões. Acho que tinha uns trezentos reais. Tocava um CD de Caetano Veloso no som do maluco.
- Coloca na rádio, porra. - eu disse.
Eu não tava armado dessa vez. Era minha primeira vez. Empolgação da porra. Rumamos pelo Costa Azul em direção ao Stiep. Vimos dois playboys encostados no carro, de bobeira numa pracinha. Descemos e metemos. Minha função era fazer a pilhagem. Meti mão nos bolsos, puxei carteira, chave, papel, a porra toda. Até uma seda o pau no cu me deu, mas acabou que a gente nem deu tanta atenção, porque tinha um isopor cheio de cerveja. Ila! Na hora de ir embora aproveitei e roubei o boné que o maluco tava usando. Pontos negativos: vacilamos de não levar a maconha dos otários, pouca grana, trinta conto de um, o outro zerado. Pontos positivos: ganhamos cerveja e eu bafei uma guepa estilosa.
Pegamos a Paralela, tava rolando show numa casa de eventos lá. Movimento enorme de gente tomando o rumo de casa, indo buscar seus carros estacionados no canteiro entre as duas vias da avenida. Estacionamos nesse lugar e ficamos observando.
- Vamo fazer essa função no speed. - disse o parceiro, enquanto tirava uma petequinha do bolso.
- Eu nunca cheirei. - eu disse.
- Então vai cheirar agora. - falou o brother que tava armado.
- Se o pivete não quiser cheirar ele não cheira. - disse o outro.
- Eu quero. - falei.
Colocaram uma carreira gorda pra mim. Aquela porra desceu rasgando a minha narina. Aspirei com toda a vontade. Tinha acabado de roubar, dar um teco seria brincadeira aquela noite. Com a cabeça a mil, colocaram a arma em minha mão.
- Vá lá, agora é sua vez.
Vinha um playboy e a sua namorada. Nem contei conversa. Andei na direção deles com o revólver preso na bermuda e esbarrei no cara. Ele veio tirar braba comigo, puxei a arma na mesma hora. Ele levantou os braços.
- Abaixe essa desgraça desse braço!
Os caras vieram logo em seguida fazendo a limpa nos dois. Olhei ao redor e vi que tinha algumas pessoas. Não sei se elas viram, mas pareciam agir como se nada estivesse acontecendo. Ninguém fez nenhum movimento que eu julgasse perigoso pra mim. Eu sabia que naquele revólver tinham duas balas, mas apesar de ter perdido o cabaço do assalto e do pó, não queria (não naquele momento) saber qual o gosto de matar. Enfim, mais uma operação bem sucedida. Não lembro quanto eles tinham, mas era pouca grana. A menina só fazia chorar, coitada.
Depois dessa fomos a um posto de gasolina perto de nossa área. Ficamos bebendo e cheirando até de manhã.
Depois dessa noite só colei mais três vezes pra fazer esse esquema. Todas saí sem nenhum arranhão. A próxima já falei que será a última e adeus vida do crime. A adrenalina é empolgante, mas sei que numa dessa eu posso morrer ou ir preso. Preciso tomar um rumo, arrumar um emprego, estudar.
segunda-feira, 23 de maio de 2011
domingo, 22 de maio de 2011
Robert Franco 2
Escreveria em nome dos revoltados que se mantêm calados, quietos, os que seguram dentro de si alguma fúria e a escondem. Mas não sou esse escritor.
Não, não... Gostaria de escrever em nome destes apavorados, acuados dentro de si próprios, mas me presto a atacar todos os não-apavorados, todos os embebidos em constante arrogância e praticadores das ações pontiagudas e sem direções bem estabelecidas. Aquelas...
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Não-apavorado é aquele que sabe que vai vencer no final, independente do resultado, por se utilizar de um artifício interessantemente diferenciado, mas comumente encontrado, que é o de manter pose de vencedor. O se portar vencedor, resposta para muitas questões. Se aceitar e se representar para os outros como o grande vencedor de algo que não é.
O não-apavorado é o que mantém a pose e reforça o estilo, ou melhor, conserva o ato de estilizar-se sempre.
Perdido em um mar de convenções sociais tão certas, mergulhado no desejo de ser melhor em. É o último a notar a chegada da fera, porém, o primeiro a fazer alarde e o principal homem a incendiá-la após capturarem e decidirem por queimá-la em praça pública.
É este arquétipo que atacarei nestas folhas sempre que puder.
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Robert Franco
sexta-feira, 20 de maio de 2011
quarta-feira, 18 de maio de 2011
2º Campeonato Alex Grey de Body Surf
segunda-feira, 16 de maio de 2011
Evolução do Forró
2. Dance com o brother
3. Dance com um traveco
4. Dance com uma mulher barriada
5. Dance com uma mulher meeira
6. Dance com uma mulher gatinha
7. Dance com uma mulher gostosa
8. Dance com uma mulher gostosíssima
9. Dance com a dançarina da banda
10. Dance profissionalmente pela banda
sexta-feira, 13 de maio de 2011
Enquanto isso na Rede Social
quarta-feira, 11 de maio de 2011
Introdução a Robert Franco
Escrevo aqui em nome da verdade pura, desintencionada, alheia aos outros olhares porque é intencionalmente silenciosa em seu tempo, ao mesmo que espera o momento certo em que deve se libertar, se expandir, ao soar dos sinos de alerta que revelam ser tarde demais até para fugir, devendo e podendo unicamente dar-se ao luxo de reagir por susto a este desespero condicional, também puro, resposta desintencionada, como as letras que escrevo aqui.
segunda-feira, 9 de maio de 2011
quinta-feira, 5 de maio de 2011
Papo sobre as Missões
- Marta chegou ontem do Amazonas. Disse que numa tribo indígena que ela visitou era costume sacrificar recém-nascidos com deficiência, assim como os espartanos faziam. - disse Alcides.
- Quem é Marta mesmo? - perguntei.
- É minha irmã, porra, a do meio, que é missionária.
- Vou lhe fazer uma pergunta. Não fique com raiva.
- Não vou ficar.
- O que ela faria se um índio dessa mesma tribo tocasse a campainha da casa dela e tentasse convencê-la de que criar esses bebês é errado...
- Sei lá, porra. Isso não faz sentido.
- ... fosse morar alguns dias na rua dela e dissesse a ela que tudo o que ela acredita é mentira? São outros valores. Pra eles aquilo é certo, quem é ela pra julgar? - continuei.
- Meu velho, eles matam recém-nascidos. Você acha isso certo?
- Não, mas se eles acham e já vivem assim, suponho, há mais de centena de anos, é muita presunção da sua irmã querer mudar isso.
- Bom, foda-se. Acho que ela está salvando vidas.
Paramos de falar. Já estava quase amanhecendo. Restaram alguns questionamentos, idéias boas e ruins. Eu me questionava, por exemplo, se a posição que defendia não refletia algo negativo do meu caráter. Bom, era de fato algo que realmente acreditava. Acontece que ao mesmo tempo que achava errado que aqueles indivíduos sacrificassem suas crianças, também achava errado que alguém se colocasse em posição de julgá-los. Era uma conflito mental. Depois de um tempo disse-lhe:
- Só tenho certeza de uma coisa.
- O que?
- Nunca vou sair na rua defendendo o direito deles ao infanticídio.
- Velho, eu te digo uma coisa, na antiguidade tudo bem, em Esparta, povo guerreiro, tudo mais, mas hoje em dia é inconcebível isso.
- Pode ser.
- Vou nessa, tenho aula daqui a pouco.
- Falou.
Ainda bebi duas cervejas antes de ir deitar.